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06/01/2012 - 11h24

Padres condenados por pedofilia não foram excomungados, diz bispo

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SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO

Os três sacerdotes de Arapiraca (AL), condenados por abuso sexual de adolescentes, estão proibidos definitivamente pelo Vaticano de rezar missas, fazer batizados ou de exercer outras atividades como padres.

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O bispo de Penedo (AL), dom Valério Breda, confirmou que a Congregação para a Doutrina da Fé, instância judicial do Vaticano, determinou o afastamento definitivo dos religiosos de suas funções na igreja e sem possibilidade de apelação.

Segundo d. Valério, os religiosos não foram excomungados. Ou seja, eles continuam sendo católicos, podendo comungar.

Em dezembro, os religiosos Luiz Marques Barbosa, 83, Raimundo Gomes, 54, e Edilson Duarte, 44, foram condenados pela Justiça de Alagoas a penas que chegam até 21 anos de reclusão por abuso sexual de coroinhas. Eles podem recorrer da decisão em liberdade.

A diocese de Penedo já havia comunicado reservadamente os três ex-coroinhas vítimas dos abusos, hoje com idades entre 22 e 24 anos, a decisão de afastar os religiosos.
Os jovens cobraram a divulgação pública da decisão.

Segundo d. Valério, a prática da igreja não é a de "colocar a boca no trombone". "Não fazemos espetáculo.", disse.

O caso de pedofilia em Arapiraca teve repercussão nacional em 2010 quando imagens de um dos religiosos fazendo sexo oral com um dos jovens foram divulgadas na TV. Na época, os três sacerdotes foram ouvidos pela CPI da Pedofilia, que foi até a cidade. O monsenhor Barbosa saiu preso da sessão. Os padres negam a acusação.

O bispo de Penedo disse que a igreja está "muito atenta" às acusações de pedofilia e que todos os demais casos apresentados à igreja tiveram suas punições.

"O papa João Paulo 2º já dizia: 'não há lugar na igreja para padres que fazem mal às crianças e adolescentes´. Na época, o termo pedofilia ainda nem era corrente", disse o bispo.

Segundo d. Valério, após o processo civil envolvendo os ex-sacerdotes tramitar em julgado, os advogados da diocese deverão fazer um contato com as vítimas para discutir uma possível indenização.

Em entrevista à Folha, os ex-coroinhas cobraram ajuda da igreja, pois após as denúncias pararam de estudar e não conseguem emprego.

 

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