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Uma em cada três árvores dos Jardins (SP) tem pragas
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VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO
Fungos, cupins e brocas infestam 36% das árvores dos Jardins. Essas pragas estão relacionadas ao aumento de risco de queda de árvores, problema recorrente na região na época das chuvas.
O levantamento foi feito pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), a pedido da AME Jardins (associação dos moradores do bairro) e Eletropaulo. Foram analisadas 2.200 árvores nos Jardins Europa, Paulistano e Paulista, na zona oeste da cidade.
Oito árvores estão mortas e 33 têm risco de queda iminente e serão removidas.
Segundo Sérgio Brazolin, técnico do IPT, ainda não é possível calcular exatamente quantas árvores têm risco de queda, mas, "considerando a ocorrência de cupins e fungos, deve ficar em torno de 18%, ou um pouco menos". A porcentagem foi encontrada em outro estudo conduzido por Brazolin em bairros das zonas oeste e sul.
Cupins nem sempre são problema para as árvores, diz Brazolin, mas ocorrem mais em exemplares atingidos por fungos que apodrecem a madeira e deixam a árvore propensa a quedas.
O estudo está na primeira fase, de análise visual. Até março, o risco de queda será avaliado com precisão, com uso de aparelhos sofisticados, como o penetrômetro, que tem uma fina haste de metal ligada a um computador. A velocidade com que a cânula desliza ao ser introduzida no troco permite dizer se a madeira está podre.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Árvores na rua Atlântica, nos Jardins, em São Paulo. Bairro está infestado por pragas em suas árvores |
QUEDAS FREQUENTES
"[Queda] é um problema recorrente", diz João Maradei, diretor-executivo da AME Jardins. "Nesta semana, já caiu árvore na rua Bélgica."
Segundo Maradei, as quedas causam muitos problemas de trânsito. Além disso, provocam falta energia, o que traz risco de morte para pessoas que dependem de aparelhos para sobreviver.
Em 2010, a queda de uma árvore causou a morte de um atleta, atingido enquanto corria na avenida Brasil.
A relação entre árvores e queda de energia motivou a Eletropaulo a aceitar o convite para a financiar o estudo, que custou R$ 500 mil.
Por isso, a prioridade foi a análise de árvores altas e com galhos entremeados aos fios elétricos, que costumam ser mais velhas e mais doentes.
A pesquisa observou outros fatores que afetam a saúde das árvores. Canteiros pequenos comprometem 53% delas. Interferências, como fios elétricos e pregos, prejudicam 15%. Em 35%, as calçadas estão levantadas, o que é comum quando a árvore começa a pender para um lado.
Ao final do estudo, a prefeitura receberá recomendações sobre podas, remoções e tratamentos necessários.
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