Sobe para dez número de presos por venda e uso de botox ilegal

Subiu para dez o número de pessoas presas pela Polícia Federal sob suspeita de uso e comércio de toxina botulínica irregular nos Estados de Pernambuco, Paraíba, São Paulo e Minas Gerais. Entre os presos, estão três médicos que atuavam em Recife e Caruaru (PE). O produto --mais conhecido como botox-- é utilizado principalmente para tratamentos estéticos.

Seis pessoas foram presas em flagrante e quatro, por ordem judicial. Nos consultórios em Pernambuco, policiais e agentes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) encontraram ampolas da toxina sem indicação de origem e que podem ser adulteradas. Os médicos, que não tiveram os nomes divulgados, foram presos em flagrante. Pelo menos um dos consultórios fica em Boa Viagem, bairro nobre de Recife.

Os demais detidos são supostos fornecedores do produto. Além da toxina, foram apreendidos frascos de remédio para emagrecer com venda proibida no Brasil. A PF acredita que parte dos produtos veio da China.

Divulgação/PF

PF faz operação contra comércio ilegal de toxina botulínica

As investigações da operação Narke começaram há nove meses. O delegado Humberto Freire, coordenador da ação, diz que a toxina botulínica irregular era distribuída a partir de São Paulo e Minas Gerais para fornecedores em Pernambuco e na Paraíba, até chegar aos médicos. Ele suspeita que o esquema exista há cinco anos.

"O menor risco é a ineficiência do produto, podendo chegar a problemas como gangrena, abertura de úlceras e deformidade", disse o delegado.

A toxina botulínica clandestina era vendida por até R$ 400, enquanto a legal chega a custar R$ 1.000.

A polícia ainda vai ouvir médicos e esteticistas em Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Piauí.

Se condenados, os suspeitos podem responder por crimes contra a saúde pública, contrabando e formação de quadrilha. Somados os crimes, a pena máxima é de 22 anos de prisão.