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Bartolomeu Albanese (1923-2012) - Professor italiano de geometria
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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Só no colégio Bandeirantes, em São Paulo, Bartolomeu Albanese permaneceu por 44 anos, segundo familiares. Em escolas, ensinava geometria analítica; em faculdades, física mecânica.
Professor Albanese, como ficou conhecido, era de uma família de professores. Natural de Livorno, na Itália, veio ao Brasil na década de 30, porque o pai, Giacomo, professor universitário, havia sido convidado para assumir a cadeira de geometria na USP.
Por ter completado 18 anos durante a Segunda Guerra, teve de voltar à Itália para lutar -se recusasse, ficaria impedido de entrar em seu país.
Após o conflito, retornou ao Brasil, concluiu o doutorado na USP (a formação, como engenheiro eletrotécnico, foi na Itália) e passou a dar aulas. Na Poli, foi professor, entre outros, de Covas e Maluf.
Lecionou ainda no Dante Alighieri, São Luís, Oswaldo Cruz, Mackenzie e nas cidades de Barretos (SP) e Itajubá (MG). Foi um dos fundadores da Escola de Engenharia Mauá, que chegou a dirigir.
Era tão rigoroso que reprovava alunos por erros de português, embora fosse professor de exatas. Ao mesmo tempo que causava medo, era um piadista, de sotaque italiano.
Amava música clássica e sabia tudo de Beethoven. Chegou a ser sócio de uma loja de discos, a Bruno Blois. Quando o trabalho apertou, vendeu sua parte para se dedicar apenas à educação.
Escreveu livros e apostilas. Há dez anos, se aposentou.
Morreu ontem, aos 89, devido a uma insuficiência cardíaca. Teve quatro filhas e sete netos. O enterro será realizado hoje, às 10h, no cemitério do Araçá, em São Paulo.
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