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26/01/2013 - 00h02

Segismundo Spina (1921-2012) - Professor emérito da USP e poeta

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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O que vem a seguir foi narrado por Segismundo Spina, professor emérito da USP e um dos maiores filólogos (estudiosos do desenvolvimento de uma língua) do país, em seu "Episódios Que A Vida Não Apaga: Itinerário de Um Pícaro Poeta".

Na época da inauguração do metrô, ele, então professor titular de língua portuguesa, recebeu um ofício da estatal indagando se o melhor era grafar metrô com o sem acento.

Defendeu o acento. E concluiu, depois: "(...) podemos nos orgulhar de alguma coisa com relação a São Paulo: (...) aqui publicamos mais de duas dezenas de obras pretensamente sérias, e, no entanto, a única marca que vamos deixar na história da cidade será o acento circunflexo, o chapeuzinho, metido no metrô".

Muita gente discorda de que seria só esse o seu legado.

Natural de Itajobi (SP), Segismundo formou-se na USP em 1945, em letras clássicas, fez o doutorado em 1950 e a livre-docência em 1956. Referência em estudos da obra camoniana, da estética barroca e da literatura medieval, publicou mais de 50 obras, como lembra o neto Fabrício.

Aposentou-se em 1986, mas leu e estudou até o fim. Lançou ainda livros de poesia.

No início dos anos 2000, vendeu 4.066 volumes de sua biblioteca (que se salvaram de um incêndio em sua casa em 1985, quando perdeu 10 mil livros), para a Unifieo, uma universidade em Osasco.

Era sério e adorava conversar e transmitir suas experiências, como lembra o neto.

Estava vivendo em São Vicente. Sofreu uma rotura de aneurisma em setembro, que o debilitou. Morreu em 22/12, aos 91, após falência cardíaca. Teve dois filhos e três netos.

coluna.obituario@uol.com.br

 

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