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Polícia investiga cárcere privado de prostitutas perto de Belo Monte
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AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
A Polícia Civil do Pará desarticulou um suposto esquema de prostituição ilegal para atender principalmente trabalhadores da hidrelétrica de Belo Monte, que vem sendo construída na região de Altamira (a 900 km de Belém).
Foram deflagradas duas operações nas últimas 24 horas, com a retirada de 16 mulheres e de uma travesti de uma boate localizada a cerca de 20 km de dois canteiros de obras da hidrelétrica.
As ações ocorreram após uma adolescente de 16 anos ter feito denúncia ao Conselho Tutelar na quarta-feira (13), alegando que havia fugido da boate Xingu.
Segundo a polícia e o conselho, mulheres eram levadas da região Sul com a promessa de que ganhariam R$ 14 mil por semana e, ao chegar no local, eram mantidas em cárcere privado até que pagassem os custos da viagem e outras despesas, como alimentação. Na prática, a dívida nunca era paga.
Os quartos onde elas eram mantidas ficavam trancados pelo lado de fora e as mulheres eram o tempo todo vigiadas por capangas, de acordo com a apuração da polícia. A boate funciona há pelo menos quatro meses.
Dez mulheres, porém, negaram à polícia que eram mantidas em cárcere privado.
O gerente do estabelecimento e um garçom foram pesos. Segundo a polícia, o proprietário está foragido, mas o advogado dele informou que o cliente se apresentará à delegacia na sexta-feira (15).
OUTRO LADO
Procurado por telefone, o empresário Adão Rodrigues, dono da boate, afirmou que a operação foi "uma coisa armada" porque ele não permitiu que a adolescente autora da denúncia trabalhasse no estabelecimento, ao descobrir que ela era menor de 18 anos.
"Lá ninguém prende ninguém, elas ficam por livre e espontânea vontade", disse. Rodrigues nega estar foragido e diz estar em casa aguardando seu advogado chegar na cidade.
O CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) afirmou que a polícia deve investigar e punir os culpados e que o consórcio não tem nenhuma relação com o ocorrido. Disse ainda que faz campanhas internas com seus trabalhadores contra prostituição infantil e para prevenção de DSTs.
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