Tráfico de cocaína em prisões rende R$ 1 milhão por mês ao PCC
A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que age dentro dos presídios de São Paulo, arrecada por mês cerca de R$ 1 milhão com o tráfico de drogas dentro e fora do sistema prisional, como revelou reportagem do "SBT Brasil", do SBT.
Desde últimos ataques contra forças policiais no Estado, há dois anos, a facção se organiza para arrecadar dinheiro, de acordo com documentos mostrados pelo telejornal, que revelam a contabilidade do PCC.
As anotações mostram dados da venda de cocaína, listas de telefones celulares e números de contas bancárias. Os cadernos da facção foram apreendidos por agentes penitenciários em unidades espalhadas pelo Estado, segundo a reportagem.
Os registros da venda da droga entre os presos mostram que um grama de cocaína custa R$ 20 dentro dos presídios. Quem compra três gramas tem desconto e paga R$ 50. O controle do pagamento é feito por pavimentos e números das celas.
Em um mês, o PCC arrecadou R$ 6.000 com o tráfico dentro da penitenciária de Irapuru (616 km de SP). Em um presídio em Lavínia (587 km de SP), os traficantes arrecadaram R$ 10 mil para a facção.
De acordo com a contabilidade mostrada pela reportagem, nas ruas um ponto de venda de droga pode chegar a R$ 20 mil de arrecadação. Junto à Polícia Civil, a reportagem apurou que quase todos os pontos de tráfico nas ruas são dominados pelo PCC.
Alguns locais chegam a ser negociados. A reportagem mostra ainda escutas telefônicas autorizadas pela Justiça em que dois criminosos falam sobre a negociação de um ponto de tráfico, que pode valer R$ 100 mil. Um deles fica ao lado da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). O jornal mostrou imagens de pessoas comprando e consumindo crack no local.
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) possui um banco de dados sigiloso com 154 páginas onde estão cadastradas as fichas de 1.074 possíveis integrantes do PCC. O banco de dados é do núcleo de inteligência do órgão, segundo a reportagem. No topo da lista aparece Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder da facção.
De acordo com a reportagem, uma das novas estratégias de arrecadação do PCC é a união do tráfico de cocaína com a pirataria de CDs e DVDs.
A SAP informou à reportagem que não se manifesta sobre a atuação de facções criminosas porque a responsabilidade é da SSP (Secretaria de Segurança Pública). Por sua vez, a SSP informou ao jornal que é responsável somente pela investigação dos criminosos que estão nas ruas.
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