Alunos de Realengo tentam superar trauma um ano após o massacre
Um ano após o massacre que deixou 12 crianças mortas e outras 11 feridas na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, até mesmo o ruído do portão de entrada faz com que os estudantes relembrem o dia em que o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, 23, invadiu duas salas do 8º ano atirando com dois revólveres.
Leia mais notícias sobre tragédia na escola do Rio
Veja galeria de fotos sobre o massacre de Realengo
Sobrevivente do massacre do Realengo quer voltar a andar
Dias antes de morrer em Realengo, menina fez apelo contra "bullying"
Aluno que agonizou 10 minutos em Realengo tenta driblar insônia
Na tentativa de ajudar os 1.162 alunos a superarem o trauma, a escola foi totalmente reformada. Um prédio novo foi construído ao lado do antigo. Grades substituíram os muros.
Mesmo com todas as mudanças, é difícil esquecer. Quarenta e dois alunos ainda recebem atendimento psicológico de uma equipe especial montada pela prefeitura, conta o diretor da Tasso da Silveira, Luís Marduk.
Professores também são orientados sobre como conduzir o assunto do massacre dentro e fora da sala de aula.
"Esta semana, com o aniversário de um ano, houve um desequilíbrio maior. Nossa meta é continuar trabalhando em conjunto, porque só o coletivo é capaz de conseguir superar essa dor" disse Marduk à Folha.
Três psicólogos, dois assistentes sociais e dois professores investem em projetos lúdicos para tentar apagar as marcas deixadas pelo massacre, que afeta de forma diferente cada aluno e parente de vítima.
Rafael Andrade - 13.dez.11/Folhapress | ||
A escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio), é reformada após o massacre |
Síndrome do pânico, dificuldade de guardar informações, baixo desempenho escolar, depressão e insônia são alguns dos efeitos relatados.
Desde o tiroteio, um guarda municipal faz a segurança da escola o dia inteiro. Pais de vítimas, porém, dizem que já pediram à prefeitura que ampare outras escolas da cidade com o mesmo serviço, como forma de precaução.
"Só colocaram guarda municipal na Tasso da Silveira por causa do ataque. Não tem isso nas outras escolas da cidade. As crianças precisam de segurança para que não aconteça outra tragédia", alerta Adriana Maria da Silveira Machado, 41, que perdeu a filha Luiza Paula da Silveira Machado, 14, no massacre.
A prefeitura informou que, após o ataque, contratou porteiros e agentes educadores para todas as escolas municipais.
A Secretaria Municipal de Educação afirma que os guardas municipais realizam ronda escolar "em parte dos colégios". Mas confirma que a Tasso da Silveira foi a única a receber um guarda municipal para atuar no entorno da unidade.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Acompanhe toda a cobertura dos blocos, festas e desfiles do Carnaval 2018, desde os preparativos
Tire as dúvidas sobre formas de contaminação, principais sintomas e o processo de imunização
Folha usa ferramenta on-line para acompanhar 118 promessas feitas por Doria em campanha