Após reunião, comerciantes decidem sair pacificamente da Feira da Madrugada
Após reuniões com os secretários Chico Macena (Coordenação de Subprefeituras) e Eliseu Gabriel (Trabalho e Empreendedorismo), os comerciantes da Feira da Madrugada decidiram sair pacificamente do espaço, no Brás, a partir da tarde de hoje.
A feira ficará fechada por cerca de dois meses para reformas, após o Ministério Público recomendar o fechamento imediato por conta do alto risco de incêndio no local. A Promotoria se baseou num laudo do Corpo de Bombeiros.
Ambulantes protestam contra fechamento da Feira da Madrugada
No início da manhã de hoje, Macena esteve na feira e conversou com os comerciantes, garantindo o retorno deles ao espaço assim que as obras acabarem. O prazo é de dois meses.
Ontem à tarde, uma comissão de comerciantes fechou um acordo com o secretário Gabriel para que o grupo acompanhe as obras diariamente.
Durante a manhã, muitos comerciantes já separaram as mercadorias que devem ser levadas a galpões particulares.
"Os secretários se comprometeram a permitir que todos voltem, então, a tendência é que a saída seja pacífica", disse Luciano Fernandes, dono de box e representante do Sindimei (sindicato dos ambulantes e microeempreendedores de São Paulo). Neste momento, policiais militares e guardas municipais fazem apenas monitoramento de rotina na região.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Consumidores fazem compras no último dia da Feira da Madrugada antes da reforma; ela ficará fechada por dois meses |
Maior centro de compras a céu aberto da América Latina, a feira tem, segundo o Corpo de Bombeiros, falhas graves no sistema de combate a incêndios --falta de hidrantes, extintores de incêndio vencidos e não há saídas de emergência. O espaço recebe cerca de 25 mil pessoas por dia.
Segundo o secretário de Coordenação de Subprefeituras, Chico Macena, as obras devem durar dois meses e devem custar R$ 4 milhões.
Levantamento feito recentemente pela prefeitura mostra que a feira tem 4.571 boxes, porém, o último cadastramento de comerciantes, durante a gestão Gilberto Kassab (PSD) apontava cerca de 3.200 comerciantes cadastrados.
Macena disse que há pelo menos 800 liminares que garantem comerciantes no local. São donos de boxes retirados pela gestão Kassab, mas que entraram com recurso e conseguiram voltar. "Porém, sabemos que há também liminares falsas", disse Macena. Segundo ele, muitas dessas liminares são derrubadas na Justiça, porém, novas são concedidas.
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