Polícia detém 31 pessoas em ato contra aumento de tarifa no Rio
Manifestantes e policiais militares entraram em confronto ontem no centro do Rio durante um novo protesto contra a elevação das passagens de ônibus. Trinta e uma pessoas foram levadas para a delegacia, nove delas menores.
Houve tumulto, com manifestantes atirando pedras e cascas de coco contra prédios públicos e contra PMs --que utilizaram bombas de efeito moral e spray de pimenta.
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O comércio fechou as portas e houve correria entre as pessoas que saíam do trabalho, por volta das 18h30.
A manifestação no Rio foi a segunda em menos de uma semana --a primeira, sem confronto com a polícia, havia sido na quinta-feira passada. Foi convocada nas redes sociais.
As passagens de ônibus no Rio aumentaram de R$ 2,75 para R$ 2,95 no último dia 3.
No ato de ontem, todas as pistas da av. Presidente Vargas, principal via de acesso da zona norte ao centro, foram fechadas.
Marcelo Fonseca/Folhapress | ||
Protesto contra o reajuste das passagens de ônibus termina em confronto na região central do Rio de Janeiro |
Uma hora depois, já estavam liberadas, mas por volta das 21h houve novo confronto quando manifestantes tentaram se reunir novamente e seguir para a delegacia.
O ato de protesto começou com grupos diferentes, reunidos nas proximidades da Cinelândia e da Central do Brasil.
Policiais da tropa de choque jogaram gás de pimenta em um dos grupos, que espalhava sacos de lixo nas ruas e ateavam fogo em pontos.
A PM também também reagiu contra a outra turma, que quebrou algumas vidraças do prédio do Banco Central.
Houve correria. Pessoas que deixavam o trabalho tentavam se abrigar em lojas e restaurantes, que fechavam as portas. Para conter os manifestantes, a polícia lançou bombas de efeito moral.
Fabio Teixeira/Folhapress | ||
Protesto contra o reajuste das passagens de ônibus termina em confronto na região central do Rio de Janeiro |
Os manifestantes correram em direção ao camelódromo da rua Uruguaiana e à Saara, áreas de concentração de comércio popular no centro, e se misturaram com aqueles que saíam do trabalho, escapando dos policiais.
"Quando a polícia chegou eles jogavam pedras para todos os lados. Depois correram para o Saara. Tinha de tudo: sem-teto, estudante, gente reclamando do preço das passagens", disse o aposentado Antonio de Souza, 67.
Os 31 detidos foram levados para a 5ª Delegacia Policial. Os menores foram liberados. Até as 22h30, 22 pessoas continuavam detidas.
SÃO PAULO
Na capital paulista, manifestantes pararam vias importantes na semana passada, durante o horário de pico em duas ocasiões, também em protesto contra o aumento das passagens de ônibus. Desde o início do mês, o valor que era de R$ 3 passou para R$ 3,20.
Na noite de quinta-feira (6), o protesto na av. Paulista terminou em confronto com a polícia e acusações de vandalismo e violência por parte de alguns integrantes da passeata. O Metrô de São Paulo estimou em R$ 73 mil os prejuízos no primeiro dia, sendo R$ 68 mil em vidros quebrados e R$ 5.000 com luminárias danificadas.
No dia seguinte, ocorreu uma nova manifestação, que parou vias importantes da região de Pinheiros, na zona oeste, entre elas a av. Brigadeiro Faria Lima e na marginal Pinheiros. A polícia chegou a usar bomba de gás lacrimogêneo contra os manifestantes na tentativa de dispersar a multidão.
Nas duas ocasiões, os protestos contaram com milhares de participantes. O Movimento Passe Livre, que organizou as duas manifestações da semana passada, promete fazer um novo protesto amanhã na avenida Paulista, na região central.
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