Promotoria vai investigar se irmão de ex-aliado de Kassab 'lavava' dinheiro de máfia
O Ministério Público vai investigar o empresário Marco Aurélio Garcia pela suspeita de lavagem de dinheiro do grupo de auditores da chamada máfia dos fiscais, que atuaria na Prefeitura de São Paulo. Marco Aurélio é irmão de Rodrigo Garcia, ex-aliado do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e atual secretário de Desenvolvimento do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Garcia era o locatário do escritório no centro de São Paulo onde os auditores se reuniam para discutir negócios do grupo. Ele afirma que havia emprestado o imóvel a Ronílson Bezerra Rodrigues, apontado como um dos líderes da suposta quadrilha.
No escritório, o Ministério Público ainda apreendeu R$ 88 mil em dinheiro e até hoje ninguém assumiu ser dono da quantia, nem Garcia nem Ronilson.
O empresário já havia confirmado à Folha que havia vendido um flat a Ronílson e registrado a transação somente por meio de "contrato de gaveta".
Divulgação/Ministério Público | ||
Promotoria encontra R$ 88 mil em dinheiro em cofre de escritório usado por auditores investigados em SP |
Além do primeiro imóvel, na rua Bela Cintra, Garcia ainda vendeu outros dois flats aos também auditores Eduardo Barcellos e Fábio Camargo Remesso, que também são investigados pelo esquema.
Segundo o promotor Roberto Bodini, há evidências de que a transação foi feita sem registro oficial porque se tratava de dinheiro de origem ilegal.
O Ministério Público conseguiu apreender o contrato de gaveta em nome de Ronilson e ainda obteve de Barcellos a confirmação da compra do flat.
Um extrato bancário de Ronilson comprovou que ele enviou R$ 385 mil para a conta de uma empresa que tem Garcia como sócio.
O advogado de Garcia, Rogerio Cury, disse agora que a venda foi legal a ponto de ter sido paga em cheque. Ele afirmou que seu cliente "não é beneficiário, intermediário ou sequer tem envolvimento com o esquema de corrupção envolvendo" a máfia do ISS.
Cury, em nota, nega que Garcia tenha mantido e "relacionamento próximo, de amizade íntima" e que jamais manteve sociedade com Ronilson.
Segundo Cury,ele somente emprestou a sala usada como escritório pelo grupo e vendeu o flat, "negócio este devidamente documentado conforme determina a lei".
"Eventual ilação ou imputação de prática de ato ilegal ao Sr. Marco Aurélio, por parte de qualquer dos investigados, não passa de ato lamentável e inconsequente", afirma.
Cury ainda afastou que haja qualquer tipo de relação comercial ou negócios entre seu cliente e o irmão e secretário, Rodrigo Garcia.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Acompanhe toda a cobertura dos blocos, festas e desfiles do Carnaval 2018, desde os preparativos
Tire as dúvidas sobre formas de contaminação, principais sintomas e o processo de imunização
Folha usa ferramenta on-line para acompanhar 118 promessas feitas por Doria em campanha