Crise de falta de água em São Paulo foi mal gerenciada, diz Padilha
Pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha disse ser favorável ao uso das águas do rio federal Paraíba do Sul para aumentar o nível do sistema Cantareira, que opera hoje com o nível mais baixo da história.
"Pessoalmente, sou a favor de todas as soluções que possam amenizar o problema na região metropolitana, desde que nenhuma região seja prejudicada e que haja aprovação das áreas técnicas", disse o petista à Folha.
Padilha não deixou, porém, de criticar o governador Geraldo Alckmin (PSDB), seu adversário na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, e disse mais uma vez que "falta sinceridade e franqueza" ao tucano para gerenciar a crise.
"Falta de sinceridade e franqueza tem perna curta. O governador [Geraldo Alckmin] teve de pedir socorro para tentar evitar mais cortes de água. O governo federal se coloca mais uma vez à disposição da população do Estado de São Paulo para resolver, de maneira emergencial, a grande falha estrutural que é de responsabilidade do governo estadual: a falta de obras para produção de água", afirmou Padilha.
Alckmin esteve ontem em Brasília para pedir à presidente Dilma Rousseff (PT) autorização para captar água do rio federal e está otimista quanto à aprovação do projeto pela ANA (Agência Nacional de Águas).
No projeto proposto à agência, o governo paulista utilizaria a água do rio federal somente quando o nível do sistema Cantareira estiver abaixo de 35% (hoje está em 14,7%), como é o caso deste período de estiagem. A ideia é só utilizar o excesso de água do rio Paraíba do Sul, para não prejudicar os municípios que o utilizam como manancial de abastecimento.
Padilha afirmou ainda que Alckmin deve "aproveitar esta oportunidade para apresentar projetos estruturantes que aumentem o fornecimento de água para a região metropolitana de São Paulo, sem afetar outras áreas".
ESTRATÉGIA ELEITORAL
A pré-campanha de Padilha já vem utilizando o racionamento de água em São Paulo para tentar desgastar a gestão de Alckmin, como noticiou a Folha. Segundo dirigentes petistas, com o racionamento acentuado e bastante presente na vida da população, as críticas do petista conseguem ser mais eficazes.
A avaliação é a de que agora, com o acordo feito com o governo federal, a situação da água em São Paulo deva melhorar e Padilha precisará direcionar as críticas ao governo Alckmin a um problema de infraestrutura mais generalizado, tanto na área hídrica como também no setor de segurança e transporte público.
Segundo a Folha apurou, a presidente Dilma é contra o ataque direto a Alckmin, principalmente na questão do racionamento de água, e prefere o tom mais amplo, com críticas gerais à falta de infraestrutura no Estado.
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