A ocupação do complexo da Maré, no Rio de Janeiro, foi realizada por 2.500 militares neste sábado (5). A operação não encontrou resistência e não houve prisões, apreensões nem troca de tiros.

A primeira fase da ocupação do complexo está prevista para se encerrar no dia 31 de julho. Na ocasião, o governo federal e o governo do Rio farão uma avaliação da necessidade de estender a operação até as eleições.

A operação deste sábado transcorreu sem dificuldades e não atrapalhou o cotidiano dos moradores da região.

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o ministro da Defesa, Celso Amorim, formalizaram o acordo para a permanência dos militares do Exército e Marinha no local, até o próximo dia 31 de julho.

O documento foi assinado no início da tarde, decorridas cerca de 5 horas após a entrada de militares das Forças Armadas no Complexo da Maré, já ocupado há 14 dias por policiais militares.

A assinatura ocorreu na sede do Comando Militar do Leste, em uma sala onde estava uma pintura do marechal Luís Alves de Lima e Silva (1803-1880). Abaixo do retrato, havia uma placa com a inscrição O Pacificador, como ficou conhecido, após ele propor um acordo que terminou com a Revolta Farroupilha (1835-1845). O oficial, além de ser o patrono do Exército, também chegou a ser comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Pezão agradeceu às Forças Armadas e afirmou que a Maré ganhará um pacote de serviços públicos –entre os quais, uma escola diurna de Ensino Médio, que ainda não existe no complexo.

O governador também ressaltou que o processo de pacificação será um legado. "Nós não queremos a paz só para os grandes eventos. O grande legado será a permanência da paz", disse.