Museu das Cataratas do Iguaçu mostra aventuras dos primeiros turistas
As Cataratas do Iguaçu são hoje uma das atrações turísticas mais visitadas do país. Mas, oitenta anos atrás, quem quisesse ver as quedas precisava abrir picadas pelo mato, levar seis horas para atravessar meros 30 km de estrada e até subir escadas de madeira para ter uma boa vista.
São cenas como essas que estarão no Espaço Memória das Cataratas, um museu que será aberto nesta sexta (9), no centro de visitantes do Parque Nacional do Iguaçu, em Foz. A entrada é gratuita.
O acervo tem 1.500 fotografias digitalizadas, disponíveis para o público em totens com telas sensíveis ao toque.
Uma parte delas foi impressa e exposta pelas paredes do espaço, que também conta a história do parque e exibe depoimentos dos primeiros moradores da região.
"No começo, era uma aventura. Depois, as Cataratas se tornaram o quintal da casa das pessoas", comenta o chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro.
Casamentos, batizados, bailes e piqueniques eram feitos à beira das quedas e do rio Iguaçu, o principal espaço de lazer da população local na época.
Nos casamentos, mesas de madeira eram colocadas ao lado do rio, onde se acomodavam os convidados. Os bailes aconteciam em antigos barracões que antes abrigavam materiais de construção.
Divulgação/Espaço Memória das Cataratas | ||
Mulheres ao lado das Cataratas, na década dos 1950; no centro, turistas apreciam a Garganta do Diabo, em 1962; à dir., turistas usam escada de madeira para descer até o leito, em 1938 |
RELAÇÃO INGÊNUA
Os piqueniques, com toalhas estendidas na mata preservada, perduraram até a década de 1990. Hoje são proibidos porque o local virou uma área de preservação.
"É uma viagem no tempo. Dá para ver como era até ingênua a relação das pessoas com o parque", diz Pegoraro.
Alguns turistas pescavam no rio Iguaçu. Outros caçavam, e exibiam como troféus onças e porcos-do-mato em poses para fotografias.
SANTOS DUMONT
Pelas fotos, também se descobre que o primeiro a explorar o turismo das Cataratas foi um uruguaio, Jesus Val –então dono das terras. Ele mantinha um prosaico hotel de madeira próximo às quedas, cujo hóspede mais ilustre foi Santos Dumont.
Foi o aviador que relatou a situação ao então governador do Paraná, em 1916. O governo desapropriou as terras três meses depois, transformando-as em área pública.
O Espaço Memória das Cataratas funcionará todos os dias, das 9h às 17h.
O acervo também está aberto a colaboração: quem tiver fotografias antigas das Cataratas pode cedê-las à administração do parque, que colocará no ar um site para recebê-las (www.memoria dascataratas.com.br).
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