Adolescentes doam sangue no HC para incentivar solidariedade
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Grupo de estudantes do colégio Santa Amália doa sangue no Hemocentro de São Paulo |
Há um ano e meio é permitida no Brasil a doação de sangue por voluntários adolescentes, a partir de 16 anos. Mesmo assim, a ação desse público só representou 1% do total de coletas do ano passado no Hemocentro de São Paulo, um dos maiores do país, que teve cerca de 130 mil doadores em 2014.
Com o objetivo de mostrar que esse público pode fazer a diferença na vida de quem precisa de uma transfusão, 16 jovens, com idades entre 16 e 17 anos, foram nesta quinta-feira (25) doar sangue, a maioria deles pela primeira vez. São alunos do colégio Santa Amália, mantido pela organização Liga Solidária.
"Já tive 11 internações na minha vida, pois tenho asma, e fiquei com um certo receio de agulha, mas poder fazer uma ação social, algo que vai ter impacto direto na vida das pessoas, falou mais alto e vim doar. Não doeu nada", diz Gabriel Tavares Silva, 17.
Não há diferença no processo de coleta do sangue do adolescente, que pode usar aparelhos celulares e tirar selfies durante a doação, mas é necessário ter autorização por escrito do responsável e seguir os protocolos normais de segurança para doar.
Tutelados e emancipados precisam apresentar documentação específica, que pode ser consultada no site da fundação Pró-Sangue.
"A partir dos 16 anos, a pessoa já é considerada apta para doar do ponto de vista biológico e ela não terá nenhum prejuízo para sua saúde. Os que optam por colocar piercing ou fazer tatuagens precisam esperar um ano para ser doadores de sangue", afirma a médica Fátima Hangai Nogueira, do Hemocentro de São Paulo.
Os estudantes do Santa Amália vinham discutindo havia meses com seus professores a realização de alguma ação de solidariedade.
O mês de junho foi o escolhido por, tradicionalmente, ter um volume menor de doadores em decorrência do frio e das férias escolares.
"Falta mais incentivo, mais informação para o adolescente doar. Receber um estímulo da escola ajuda muito. Fazer algo para o outro nesta fase da vida abre a mente da gente para sempre", declara Manoela Estabile, 17.
Entre o cadastramento do doador e a retirada do sangue, em média, o tempo decorrido é de menos de uma hora.
No Brasil, 1,9% da população doa sangue. A Organização Mundial da Saúde preconiza como meta 3%.
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