Novo prefeito de Curitiba, Rafael Greca promete 'doçuras após o amargor'
Eleito com a promessa de fazer Curitiba voltar a ser referência nacional, Rafael Greca (PMN) assume o cargo de prefeito neste domingo (1º) já com a sinalização de cortes.
Greca chamou um "especialista em ajuste fiscal" para ser seu secretário das Finanças, reduziu as secretarias quase à metade e já avisou que, se não houver dinheiro no caixa da cidade, vai parcelar dívidas e suspender o reajuste ao funcionalismo.
"Eu não tenho ilusão. Pior do que não ter aumento é não ter salário. Eu não quero lançar Curitiba no vexame do Rio de Janeiro", declarou ao UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha.
Divulgação/Facebook | ||
Prefeito eleito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), durante campanha |
Greca, 60, já foi prefeito da capital paranaense no início da década de 1990, quando assumiu em meio à crise econômica e à hiperinflação.
"Me aguardem", costuma dizer a quem pergunta como cumprirá as promessas de campanha num cenário de recessão na economia.
Sucessor e antigo aliado do arquiteto Jaime Lerner, ele se elegeu com o bordão "Volta, Curitiba". Prometeu casas com energia fotovoltaica, coworkings e incubadoras de start-ups, a revitalização de bairros e mutirões de consultas médicas e cirurgias. "Se está difícil para o Gustavo [Fruet (PDT), atual prefeito], deixa que eu faço", dizia. Agora, fala que haverá "sucessivas doçuras após o amargor".
Ainda em dezembro, Greca anunciou o adiamento da Oficina de Música de Curitiba, evento realizado há mais de 30 anos em janeiro, com músicos do mundo todo. O argumento é que não há dinheiro suficiente e que toda a verba será redirecionada à saúde.
"Enquanto houver dor em espaço público, não pode haver música", declarou.
O anúncio foi criticado no meio cultural. Artistas protestaram, dizendo que opor música a saúde era "uma disputa artificial" e que o evento era um patrimônio da cidade. Greca rebateu dizendo que quem reclamava "eram as pessoas que ganham com o evento".
A pasta da Saúde deve ser o destino preferencial dos recursos no início do mandato. Hoje, a cidade investe mais em saúde com recursos próprios do que o governo federal na manutenção dos equipamentos de saúde. Atrasa, porém, repasses aos hospitais. A crise fez a demanda crescer 40%.
O transporte público é outra bomba-relógio: a gestão de Fruet está com repasses às concessionárias de ônibus atrasados. Motoristas e cobradores já fizeram paralisações no final do ano e prometem greve geral se o problema continuar em 2017.
Aliado do governador Beto Richa (PSDB), Greca já anunciou a volta do subsídio estadual ao transporte.
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Raio-x de Curitiba
População: 1,89 milhão de habitantes
Prefeito que sai: Gustavo Fruet (PDT)
Prefeito que entra: Rafael Greca (PMN)
Orçamento geral para 2017 (previsão): R$ 8,6 bilhões
Orçamento de investimentos para 2017 (previsão): R$ 647 milhões
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