Crise em presídio de Natal afeta circulação de ônibus e coleta de lixo
Frankie Marcone/Futura Press/Folhapress | ||
Ônibus incendiado em rua de Natal no mesmo dia de transferência de presos amotinados há seis dias |
Após uma noite de tensão em Natal, em que 15 ônibus foram incendiados e houve disparos contra duas delegacias, sem deixar feridos, o clima ainda é tenso na capital potiguar.
A rebelião no presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, dura seis dias e já deixou pelo menos 26 detentos mortos, segundo o governo.
Na manhã desta quinta-feira (19), as facções no interior do presídio voltaram a se enfrentar. A polícia reagiu com tiros e bombas.
Por volta das 12h30 do horário local, as empresas de ônibus recolheram os coletivos em circulação em toda a cidade, alegando falta de segurança.
A Polícia Militar diz que está se reunindo com o setor de transporte para traçar estratégias de segurança e que colocou todo o seu efetivo nas ruas para conter novos ataques.
Os ônibus já saíram das garagens com atraso de duas horas no começo do dia, o que causou longa espera em paradas de toda a cidade. O Sintro-RN (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do RN) diz que a categoria esperou o dia amanhecer para sair com mais segurança.
"Nós estamos nas ruas confiando apenas na segurança de Deus e esperamos que nos terminais viaturas [policiais] possam dar segurança", disse o presidente do Sintro-RN, Júnior Rodoviário, pela manhã. "Sem polícia não tem condições de colocar a vida dos motoristas e cobradores na mão dos marginais", disse o presidente do Sintro-RN, Júnior Rodoviário.
A expectativa é que o Sindicato decida esta tarde se os serviços serão paralisados. Se houver novos ataques, "terão que recolher, não tem outra saída", informa o sindicalista.
A coleta de lixo na cidade também foi prejudicada na quarta-feira (18). A Prefeitura de Natal decidiu suspender o serviço com medo de ataques aos veículos.
A Guarda Municipal de Natal, que poderia atuar na escolta dos ônibus, como ocorreu em outras ocasiões, está em greve desde 23 de dezembro. A categoria pede o pagamento de salários atrasados e a compra de coletes para todos os servidores, entre outras reivindicações.
Apesar do clima de insegurança, as escolas, universidades e o comércio em geral funcionam normalmente nesta quinta (18).
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