Ex-repórter de TV é presa por suspeita de envolvimento com facção criminosa
Luana de Almeida Domingos, 32, ex-apresentadora da RedeTV!, foi presa na manhã desta terça (4), em Ilhabela, no litoral norte de SP, por suspeita de envolvimento com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Contra ela havia um mandado de prisão preventiva pelos crimes de corrupção ativa e organização criminosa. Antes de ser presa, a ex-repórter estava na lista de foragidos da Secretaria de Segurança Pública de SP –havia uma recompensa de R$ 50 mil por informações de seu paradeiro.
Ela é suspeita de fazer parte de uma célula do PCC responsável por transmitir ordens da cúpula –setor desbaratado pela Operação Ethos, que prendeu mais de 30 advogados em novembro passado.
A ex-repórter foi presa após a Polícia Civil do Rio ouvir em uma escuta telefônica um traficante de armas local dizendo que Luana era sua vizinha. Conhecida como Luana Don, ela é advogada e jornalista, e foi repórter do programa "Superpop", da RedeTV!, apresentado por Luciana Gimenez.
Segundo a secretaria de Segurança Pública de SP, a repórter foi encaminhada à penitenciária de Presidente Venceslau, no interior do Estado.
Em depoimento no Decade (Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas), Luana disse que é inocente e que nunca entrou em um presídio. Segundo a polícia, ela afirmou que só foi ao fórum olhar processos de clientes do escritório onde trabalhava. Ela contou que ficou apenas um mês e meio trabalhando no local e jamais assumiu qualquer cliente.
A defesa dela afirmou que iria comunicar a imprensa sobre o caso por meio de nota. Porém, a reportagem não conseguiu mais contato com os defensores. Luana foi indiciada por corrupção ativa e organização criminosa. De acordo com a polícia, o julgamento dela ainda não foi marcado.
VIOLÊNCIA URBANA
O Rio enfrenta um agravamento de sua crise de segurança. Dados do ISP (Instituto de Segurança Pública), ligado ao governo estadual, mostram que desde 2009 não é tão alta a taxa de crimes com morte violenta -homicídio intencional, roubo seguido de morte, lesão corporal seguida de morte e homicídio após oposição à intervenção policial.
Em 2016, foram 6.248 casos, 37,6 por 100 mil habitantes, maior índice em sete anos. Só a Baixada Fluminense concentra 33% dos crimes.
Segundo as investigações, grande parte das mortes violentas foram encomendadas por facções criminosas que disputam o controle do tráfico de drogas no Estado.
Nem quem deveria reprimir o crime está imune das acusações. Na última semana, uma megaoperação autorizada pela Justiça prendeu 91 policiais militares em São Gonçalo, na região metropolitana da capital fluminense, suspeitos de prestar apoio a traficantes.
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