Maioria no país segue contrária à ampliação do porte de armas legal

Crédito: PCERJ/Twitter Polícia Civil apreende aprende 60 fuzis no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em junho deste ano
Polícia Civil aprendeu 60 fuzis no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em junho de 2017

DE SÃO PAULO

A maioria dos brasileiros segue contrária à ampliação do porte de armas legal. Segundo recente pesquisa Datafolha, 56% dos entrevistados se disseram contrários ao porte legal estendido a todos os cidadãos.

O índice se manteve estável em relação à ultima pesquisa, após apresentar queda nos últimos anos. Em 2013, 68% se diziam contrários à medida, percentual que recuou para 62% um ano depois e chegou a 55% no meio do ano passado.

Entre os moradores das capitais está os maior percentual de apoio à proibição do porte de armas (62%) –índice que se repete nas cidades com mais de 500 mil habitantes.

Entre homens e mulheres, elas são mais refratárias ao porte de armas (65%). Entre as diferentes regiões do país, o Norte tem o maior percentual de contrários à medida (59%). O Datafolha entrevistou 2.765 brasileiros em 192 municípios nos dias 29 e 30 de novembro passado, e a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O porte de armas no país foi amplamente discutido em 2005, quando foi realizado referendo sobre a proibição da venda de armas e munições. Apesar do "não" ter sido maioria entre os votos - 64% -, a compra de armas continua restrita no país, salvo raras exceções. A consulta alterou o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento, que proibia a comercialização dos artefatos.

Sancionado em 2003, o Estatuto do Desarmamento, criado para controlar o uso de armas no país, é constantemente alvo de críticas por não ter contribuído para a redução da criminalidade. Especialistas em segurança pública, porém, dizem o contrário –contribuiu, sim.

Mais recentemente, grupos ideológicos à direita, como o MBL (Movimento Brasil Livre), passaram a exigir a revogação do estatuto, entre outras reivindicações, durante protestos.

Entre os projetos de lei mais recentes que avançaram no Congresso neste sentido, está o que autoriza moradores de áreas rurais a usar armas de fogo. Em novembro do ano passado, o texto avançou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e seguiu para apreciação da Câmara.

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