Prédio do Poupatempo da Sé não tem aval dos bombeiros para funcionar

Crédito: Rivaldo Gomes/Folhapress Prédio do Poupatempo da Sé, no centro da capital paulista
Prédio do Poupatempo da Sé, no centro da capital paulista

DE SÃO PAULO

O prédio do Poupatempo da Sé, no centro de São Paulo, não possui aval do Corpo de Bombeiros para funcionar. O equipamento, do governo Geraldo Alckmin (PSDB), faz cerca de 8.000 atendimentos diários.

O serviço fica dentro do prédio da Secretaria de Estado da Fazenda, na avenida Rangel Pestana. O imóvel não possui o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), que exige o cumprimento de normas como número de extintores de incêndio e saídas de emergência adequados para as dimensões da área.

O motivo da falta do documento, segundo ofício do governo ao qual a Folha teve acesso, é a existência de apenas uma rota de fuga no Poupatempo. No entanto, seria necessário a construção de outra rota, "através de rampa ou escada de incêndio interna", diz ofício.

Um sindicato de servidores encaminhou questionamento ao governo e ao Corpo de Bombeiros sobre o prédio, devido ao plano para a transferência de mais 1.000 funcionários para o local. Os funcionários, lotados na São Paulo Previdência, na rua Bela Cintra, também na região central, e outros da Secretaria de Planejamento e Gestão passariam a trabalhar na Rangel Pestana.

A resposta recebida pelo Sinafresp (Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo), dada pelos bombeiros, é de que o prédio possui projeto técnico aprovado, mas não vistoria. Por isso, diz o órgão, "a edificação encontra-se irregular".

Segundo o sindicato, os funcionários que trabalham no local já se encontram em situação de "insalubridade", o que só pioraria com a transferência.

OUTRO LADO

Questionado sobre o assunto, o Poupatempo emitiu nota afirmando que "obedece a todas as normas de segurança e prevenção contra incêndios, com exercícios periódicos de evacuação e todos os cuidados relativos ao assunto".

Já a Secretaria da Fazenda afirmou à Folha que o prédio tem 114 brigadistas, 830 extintores, 42 saídas de emergência, 143 portas corta-fogo, 82 hidrantes, entre outros equipamentos de segurança. Segundo a pasta, são realizados simulados de abandono regularmente –no último, no mês passado, a evacuação foi concluída em 16 minutos.

A secretaria também afirma que as rotas de fuga estão adequadas às recomendações do Corpo de Bombeiros. "Já está em andamento um projeto para adequação da segunda rota de fuga para o andar ocupado pelo Poupatempo", afirma a nota.

A pasta diz que, apesar da vinda de mais funcionários, será mantida a média histórica de ocupação do prédio. Atualmente, há 3.200 —no ano passado eram 4.276.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.