Em 1993, a banda de rock brasiliense Athena estava no começo e à procura de um vocalista. Seus integrantes afixaram um anúncio no quadro de avisos do estúdio em que ensaiavam, requisitando apenas que o interessado tivesse como referências clássicos do heavy metal como Iron Maiden e Helloween.
O escolhido tinha muito mais qualidades: fluente em inglês e com facilidade para compor, mudou o rumo do grupo definitivamente. Com Mário Linhares, o conjunto virou Dark Avenger e teve trajetória importante na cena da capital do país durante os 24 anos seguintes.
Nascido em Belém, mas criado em Fortaleza, Linhares desembarcara em Brasília um ano antes, após passar em um concurso da Infraero.
Os colegas e a crítica apreciavam sua técnica. "Ele impressionava, alcançava uns agudos bem altos", diz Leonel Valdez, guitarrista da banda nos anos 1990.
Para aprimorar a técnica, Linhares estudou música erudita. Em 2012, largou um cargo no Banco do Brasil para dedicar-se apenas à carreira.
Dava aulas particulares de canto e começou a cursar a faculdade de fonoaudiologia. Também compunha outra banda, a Harllequin.
Em 2014, venceu um câncer na medula e, nos anos seguintes, passou a se dedicar a "The Beloved Bones", um álbum em dois atos –um retratando os infernos em vida, outro, a salvação. "Era o único trabalho em que ele gostava de ouvir sua voz gravada", diz a mulher, Désirée.
Morreu em 22 de dezembro, aos 45 anos, após um edema pulmonar. Deixa a mulher e o filho, Erick.
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