Ação contra febre amarela começa com equipes limitadas e alta procura

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DHIEGO MAIA
DE SÃO PAULO

As longas filas em postos de saúde continuarão sendo vistas nesta quinta-feira (25), quando terá início a campanha emergencial de vacinação fracionada contra a febre amarela no Sudeste, admite o presidente do Conasems (conselho dos secretários municipais de saúde).

"Teremos fila porque nossas equipes são limitadas. Cada unidade básica de saúde vai trabalhar na sua capacidade máxima", disse.

Moradores de 53 cidades do Estado de São Paulo, 20 distritos da capital, e mais 15 municípios do Rio de Janeiro receberão a dose fracionada.

Febre Amarela

Os Estados anteciparam a ação, que estava marcada para começar em 19 de fevereiro –apenas a Bahia manteve o cronograma original.

A diferença da dose menor em relação à integral está no volume aplicado. Enquanto a padrão tem 0,5 ml, a fracionada tem 0,1 ml. Um frasco com cinco doses, por exemplo, pode imunizar até 25 pessoas.

O tempo de proteção também é diferente: enquanto a primeira protege por toda a vida, a segunda tem eficácia de até oito anos, segundo estudos clínicos recentes.

Fracionar a vacina foi a estratégia adotada pelo ministério da Saúde para alcançar mais gente não imunizada que vive em áreas de risco para encurralar a doença.

Dados oficiais mostram, no entanto, que o vírus da febre amarela tem agido rápido e deixado um rastro de vítimas num curto intervalo de tempo. Segundo o ministério da Saúde, a taxa de letalidade provocada pela doença no país atingiu 40,8%.

Nesta quarta, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, reuniu-se com representantes dos Estados e autoridades sanitárias para traçar a estratégia de combate ao avanço da febre amarela no país.

Para Antonio Nardi, secretário-executivo do ministério, o momento não é para pânico. "A campanha será permanente até acabarmos com os casos de mortes de macacos e de pessoas pela doença."

Até o momento, 130 casos da doença foram confirmados no Brasil, dos quais 53 evoluíram para morte, no período entre julho do ano passado até 23 de janeiro, segundo o ministério. Os dados são repassados pelos Estados, que costumam ter números mais atualizados.

No Estado de São Paulo, por exemplo, a secretaria estadual aponta 86 casos e 36 mortes decorrentes da doença nos últimos doze meses.

Crédito: Editoria de arte/Folhapress

CASA EM CASA

Para alcançar o maior número de pessoas que realmente precisam tomar a vacina, agentes de saúde passarão de casa em casa para distribuir senhas em zonas consideradas prioritárias.

Na capital paulista, Sacomã e Cidade Dutra, na zona sul; Cidade Tiradentes e Iguatemi, na leste, são alguns dos distritos no alvo da ação.

Cristina Shimabukuro, coordenadora do departamento de vigilância e saúde da gestão Doria (PSDB), disse que na capital, esse trabalho já começou. Ela, porém, não soube confirmar quantas senhas já foram entregues.

"Elas serão distribuídas conforme a capacidade que cada unidade de saúde básica tem para vacinar", diz.

Com a senha em mãos, os moradores devem procurar a unidade básica mais próxima de casa já com um horário agendado. O objetivo é reduzir os tumultos e as filas.

O que não pode acontecer, segundo Nardi, é ter resistência em se vacinar. Ele cita casos de pessoas que não quiseram se vacinar Em Minas e acabaram morrendo.

Para o ministro da Saúde Ricardo Barros, não vai faltar vacina. "São 2,2 milhões de doses extras por mês desde novembro. Todos serão vacinados", afirma.

Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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