Diretor da Uber afirma que regras de Doria são 'complexas e burocráticas'

Crédito: Andre Penner - 31.out.2017/Associated Press Motoristas de apps protestam contra regulação da Prefeitura de SP que restringe atividade na cidade
Motoristas de apps protestam contra regulação da Prefeitura de SP que restringe atividade na cidade

DANIEL CAMARGOS
DE SÃO PAULO

O diretor geral da Uber no Brasil, Guilherme Telles, classificou a nova legislação imposta pela gestão João Doria (PSDB) para aplicativos de transporte (como Uber, Cabify e 99) como "extremamente complexa e burocrática".

"Quem olha a regulamentação em São Paulo percebe que foram mais de 17 portarias", critica Telles durante evento realizado nesta terça-feira (30) na capital paulista.

As regras, que incluem a exigência de curso de formação, identificação visual do aplicativo no vidro do carro e normas de vestimenta, começou a vigorar na segunda (29). A fiscalização da prefeitura, porém, foi pouco notada nesse primeiro dia.

O principal ponto questionado pelo executivo é a limitação da idade mínima dos veículos para cinco anos."Essa restrição tira de circulação 55% dos motoristas parceiros da Uber", afirma Telles.

O impacto dessa mudança, segundo o executivo, é que os motoristas que ficarem vão cobrir prioritariamente a região central da cidade.

"Na prática o passageiro terá que esperar mais e os veículos terão que rodar mais tempo sem passageiro", afirma. A regulamentação como foi feita, segundo Telles, ficou ruim para a população, para as empresas e para o poder público".

Telles, da Uber, compara as mudanças na legislação dos aplicativos de transporte em São Paulo com as que foram feitas para definir o Marco Civil da Internet, e entende que é preciso contar com a participação do governo, da sociedade e das empresas.

As novas regras foram anunciadas em julho de 2017, mas desde o início do ano, aplicativos e motoristas aumentaram a pressão contra a regulação, que julgam excessiva e burocrática.

Desde a semana passada, devido a liminares da Justiça concedidas aos aplicativos, as regras da prefeitura acabaram fragilizadas. A proibição a carros emplacados fora de São Paulo de pegarem passageiros dentro da capital paulista, por exemplo, está suspensa.

A Uber conseguiu ainda não ser obrigada a passar informações de seus motoristas à prefeitura enquanto a gestão pública não garanta o sigilo dessas informações. Por consequência, seus motoristas não precisam portar o Conduapp, que é o cadastro municipal obrigatório de motorista de aplicativo, uma outra nova regra que ainda não decolou.

O motorista que desobedecer as regras poderá ter até o carro apreendido por fiscais. Já aos aplicativos podem ser emitidas multas ou até mesmo o descadastramento do serviço junto à prefeitura.

Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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