Assassinato de chefe do PCC foi 'desentendimento pontual', diz gestão Alckmin

Secretário de Segurança de SP afirma que não haverá guerra de criminosos

Artur Rodrigues
São Paulo
Líder do PCC é assassinado em frente a hotel na zona leste de SP
Líder do PCC é assassinado em frente a hotel na zona leste de SP - Reprodução/SBT

A morte de um integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) com tiros de fuzil foi definida pelo secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Barbosa, como um "desentendimento pontual". Ele disse também que não haverá "guerra" entre criminosos no Estado. 

Wagner da Silva, 32, conhecido como Cabelo Duro, foi morto na quinta-feira (22) em frente a um hotel na zona leste da capital paulista. A suspeita é de que a morte seja relacionada ao duplo homicídio de líderes da facção neste mês no Ceará. 

"É uma ação que está sob investigação. É algo que envolve só uma facção criminosa", disse o secretário do governo Geraldo Alckmin (PSDB) na tarde desta sexta-feira (23). "Estamos tratando como um desentendimento pontual dessa organização criminosa sem reflexo para toda a sociedade". 

Mágino afirmou ainda que é "lamentável" o fato de duas mulheres se ferirem na execução --duas mulheres foram atingidas por disparos e foram internadas --mas afirmou que isso foi um caso localizado. "Vai ter uma guerra, uma guerrilha no Estado? Não, não acreditamos que isso vá ocorrer. Os reflexo são muito mais ligados a próprios integrantes de organizações criminosas do que à sociedade", disse.  

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue
Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue - SAP/Divulgação

As investigações apuram se a morte foi uma retaliação ou uma queima de arquivo. Cabelo Duro era apontado como o principal líder da facção criminosa no litoral paulista.  

Dentro da facção, ele seria "afilhado" de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, 41, morto na semana passada ao lado de Fabiano Alves de Souza, o Paca, 38, no Ceará.

Um helicóptero foi utilizado na ação que levou a morte dos dois. Eles eram considerados os números 1 e 2 da facção em liberdade e estariam sendo acusados de "roubar" o próprio PCC, ao desviar dinheiro. Antes de serem mortos, Gegê do Mangue e Paca foram levados a uma área de mata fechada de helicóptero.

ESTATÍSTICAS

As afirmações do secretário Mágino Barbosa foram feitos para anunciar dados mensais da criminalidade no Estado. A maioria das modalidades criminosas caiu na capital paulista e no Estado. 

A principal exceção é o estupro, que aumentou 15,53% no Estado, passando de 895 casos em janeiro do ano passado para 1034 no mesmo período deste ano. Na capital, foram 13,17% de aumento, passando de 2015 casos para 232. 

"Isso se deve basicamente ao incentivo que estamos fazendo, campanhas para que esse tipo de crime seja cada vez mais notificado", disse Mágino. "Sempre lembrando que de 79% a 82% dos crimes de estupro envolvem pessoas que se conhecem. O que torna muito difícil a prevenção deste tipo de crime".

  Os homicídios continuaram tendência de queda. No Estado, o número de vítimas passou de 310 para 277, uma queda de 10,65%. Já na capital o número permaneceu estável, com 58 casos. 

Os roubos gerais caíram 12,47% no Estado --saíram de 26.428 para 23.141. A cidade de São Paulo também teve queda nessa modalidade criminosa, de 13.058 para 11.627, uma diminuição de 10,96%. 

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