Justiça indicia empresário e policial por racha na Imigrantes que matou dois

Acidente ocorreu em janeiro de 2018

Amanda Gomes
DO AGORA
Veículo Ford EcoSport amassado após acidente
Ford EcoSport levava oito pessoas no momento do acidente - Foto TV Globo/Reprodução

​Um investigador da Polícia Civil virou réu na Justiça no caso de um acidente na rodovia Imigrantes, em São Bernardo do Campo (ABC), que acabou na morte de duas mulheres, no dia 9 de janeiro deste ano.

Ele dirigia um Chevrolet Camaro e é acusado pela polícia de participar de um racha com o veículo que bateu no carro das vítimas. Os dois negam.

O condutor do Mercedes Benz, o administrador de empresas André Veloso Micheletti, 50, que bateu no Ford EcoSport onde estavam oito pessoas, ficou 41 dias preso e foi liberado pela Justiça na última quarta (21). A polícia diz que Micheletti bateu na traseira do EcoSport, que rodopiou na pista e também pegou fogo.

No veículo também estavam quatro crianças de 1 a 3 anos. As mães Juliana do Gamarra, 40, e Vitória Alves Furlanetto, 21, morreram. Os demais ficaram feridos.

Tanto Micheletti quanto o investigador Ariovaldo Soares Grubl, 46, viraram réus em um processo por homicídio qualificado com dolo eventual (com intenção). A polícia diz que testemunhas afirmaram que os dois veículos estavam em alta velocidade e realizando um racha.

Na época, os investigadores acreditavam que o administrador estava em até 200 km/h, quando o limite da via é de 120 km/h. “É certo que constam dos autos elementos informativos que contrariaram as versões então apresentadas, razão pela qual a denúncia deve ser recebida”, diz o juiz Fernando Martinho de Barros Penteado, na decisão.

A Corregedoria da Polícia Civil conduziu o inquérito e chegou a pedir a prisão preventiva do policial, mas ainda não há decisão da Justiça. O policial está lotado no 6º DP (Cambuci), e, segundo seu advogado, está de licença-prêmio.

Até a conclusão desta edição, a Secretaria da Segurança Pública não se pronunciou sobre o caso.

OUTRO LADO

O investigador continua alegando que não participava de racha e estava na velocidade normal da via. Segundo o advogado dele, Jafé Batista, essa foi a alegação do policial apresentada nos depoimentos que prestou no 3º DP de São Bernardo e também na Corregedoria da Polícia Civil. 

Batista explicou que já entregou a tese de defesa e agora é esperar os próximos passos do processo. O advogado Alfredo Pocer, que defende o administrado de empresas, disse que ele ficou aliviado com a decisão da Justiça para responder o processo em liberdade.

O administrador alega que estava na velocidade normal da via e que o EcoSport entrou repentinamente na sua frente e sem sinalizar.

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