"Parecia o Rocky Balboa", costumava dizer a poeta e atriz Elisa Lucinda sobre a apresentação de poesia de Luiz Antonio. Não que houvesse a agressividade do boxeador dos filmes, mas pelo rosto de Luiz --ele sofreu uma queda no dia da apresentação e abriu o supercílio. Declamou com o olho roxo.
Gostava de estar no palco. Cantava em caraoquês, fez teatro, poesia e deu palestras sobre autoaperfeiçoamento, tema que lhe era caro.
Bom conselheiro e dono de visão empreendedora, vivia orientando os outros, motivando as pessoas a não se conformarem, fazerem algo para sair da zona de conforto. Nos anos recentes, fez disso uma profissão.
Antes disso, trabalhou por 20 anos na Receita Federal, onde notabilizou-se como porta-voz do órgão.
Conheceu Lucila na plateia de um circo. Ao vê-la, teve certeza que ela seria a mulher de sua vida. "Ele dizia que queria uma mulher que fosse forte, guerreira, e de boa família", diz a filha, Cristina.
Uma vez, foi assistir a um espetáculo de Ary Toledo. O humorista interrompeu a apresentação para dizer que sua mãe tinha morrido, mas que não tinha o que fazer quanto a isso e, portanto, seguiria com o show.
Isso ressoou em Luiz --por isso a declamação com o rosto arrebentado, por isso tantas atividades lúdicas mesmo durante mais de uma década de tratamento contra o câncer. "Ele era imparável", afirma a outra filha, Fernanda.
Morreu no último dia 31, aos 72, em decorrência do câncer. Deixa a mulher, Lucila, e as filhas Cristina e Fernanda.
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