A consciência crítica da ópera no Brasil calou-se. Principal referência do país na área, o jornalista Lauro Machado Coelho morreu em São Paulo na última quinta, aos 74 anos, de complicações decorrentes de uma infecção.
Mineiro de Belo Horizonte, foi inicialmente professor da Aliança Francesa, em sua cidade natal e em São Paulo, onde se radicou, em 1974.
Sua atuação jornalística, como crítico de música, está associada sobretudo ao jornal "O Estado de S. Paulo" e à revista "Concerto", meios em que cobriu a vida musical de forma sistemática.
Atuou ainda no "Jornal da Tarde", nas revistas "Época" e "Bravo!" e na Rádio Cultura FM. Por breve período, nos anos 1990, foi coordenador de corpos estáveis do Teatro Municipal de São Paulo. Em todos esses lugares, deixou colegas saudosos de sua gentileza e generosidade e impressionados com sua memória prodigiosa e sua erudição.
Em livros, seu principal legado é a coleção "História da Ópera" (ed. Perspectiva) em vários volumes. Na Algol, publicou biografias dos compositores Bartók, Berlioz, Bruckner, Liszt e Sibelius. Foi também tradutor de russo; traduziu e biografou a poeta Anna Akhmátova, além de uma coletânea de poesia soviética.
Desde 2010, se afastara do trabalho por motivos de saúde, mas escrevia esporadicamente --seu último texto publicado foram as notas de programa para a montagem da opereta "La Belle Hélène", de Offenbach, no Theatro São Pedro, em novembro passado.
Deixa os filhos, Fernando e Guilherme --e um livro inédito sobre Felix Mendelssohn.
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