Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Operação permanente da PF mira 'cabeças' do crime organizado no Rio

Forças Armadas, polícias e Abin vão compartilhar dados em tempo real 

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Brasília

A Polícia Federal montou uma operação que não tem prazo para acabar e pretende atingir os chefes do crime organizado no Rio de Janeiro. A ideia é estabelecer uma troca de informações diária, em um mesmo espaço físico, com diversos setores de inteligência de órgãos públicos, como os das polícias Civil e Militar, Forças Armadas, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Batizada de União Rio, a operação vai trabalhar na coleta e distribuição de informação, mas também abrirá inquéritos e partirá para ações ostensivas nas ruas, localizando e prendendo acusados de crimes como tráfico de drogas e contrabando de armas.

 
"O foco é descapitalizar o crime organizado, identificar e prender líderes de facções criminosas ou pessoas que têm potencial de trazer para o Rio grandes quantidades de armas e drogas", afirmou o diretor da Dicor (Diretoria de Inteligência e Combate ao Crime Organizado) da PF em Brasília, Eugênio Ricas.
 
A intervenção federal na área de segurança pública decretada nesta sexta-feira (16) pelo governo federal não vai mudar o plano da PF, que vinha sendo desenhado desde o final do ano passado. O novo grupo deve entrar em atividade nas próximas semanas.

A operação é inspirada na Missão Suporte, desenvolvida pela PF na gestão do então diretor-geral do órgão, Paulo Lacerda (2203-2007), mas que acabou desativada nas gestões seguintes. No seu auge, a Suporte foi coordenada pelo delegado da PF José Mariano Beltrame, que depois se tornaria secretário de Segurança Pública do Rio.

A diferença entre as duas experiências, segundo Ricas, será o compartilhamento de informações entre órgãos públicos em um mesmo lugar, uma sala que está sendo montada na Superintendência Regional da PF no Rio.

"A integração faz parte do discurso de todo profissional de segurança pública. Mas quando você vai ver o que tem de efetivo em integração, é muito pouco. O objetivo agora é colocar todas essas forças trabalhando inclusive no mesmo ambiente, para não ter sonegação de informações e todo mundo trabalhando com o mesmo foco", afirmou o diretor da Dicor.

A ideia da PF é otimizar o uso das informações. "É comum, por exemplo, termos lá dez policiais federais trabalhando em um caso e a Polícia Civil do Rio ter outros 15 trabalhando no mesmo caso, sem compartilhar informação, cada um com um pedacinho, e sem se comunicar. Então se você agrega isso e troca informação, consegue otimizar mais os recursos e ter um resultado melhor."

A Operação União Rio vai reunir a princípio 30 policiais federais: metade do Rio e metade a ser transferida de outros Estados. O grupo será coordenado pelo delegado Julio Baida Filho, que deixou a diretoria da delegacia da PF em Santos (SP), e pelo superintendente da PF no Rio, que deve tomar posse nos próximos dias, o delegado Ricardo Saadi, ex-superintendente da PF no Rio Grande do Sul e ex-diretor do DRCI (setor de recuperação de ativos no exterior) do Ministério da Justiça. Ex-delegado da PF de São Paulo, Saadi atuou em diversas investigações sobre crimes contra o sistema financeiro.

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