Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Oposição chama intervenção no Rio de 'cortina de fumaça'

Para parlamentares, decreto surgiu pela não aprovação da reforma da Previdência

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Brasília

Parlamentares da oposição criticaram o decreto assinado nesta sexta-feira (16) pelo presidente Michel Temer (MDB), que determina uma intervenção federal na segurança do Estado do Rio de Janeiro. 

Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente da sigla, o decreto tem caráter político para "mudar a pauta do país", e pode ampliar a "perseguição e repressão aos movimentos sociais". 

"É uma decisão política de mudar a pauta do país. Vendo que não ia aprovar a reforma da Previdência, mudaram a pauta, resolveram fazer a intervenção no Rio de Janeiro", afirmou em discurso no plenário do Senado. 

De acordo com ela, "quando se abre essa exceção, se abre também a possibilidade de você ter uma situação mais contundente de perseguição e repressão aos movimentos sociais". 

O líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente (SP), também afirmou que o decreto tem como objetivo criar uma "cortina de fumaça" sobre a reforma da Previdência. "É na verdade uma grande cortina de fumaça do governo Temer para evitar dizer para a sociedade que foi derrotado na reforma da Previdência", disse em vídeo. 

Congresso Nacional, em Brasília, que deve analisar texto do decreto de intervenção federal no Rio
Congresso Nacional, em Brasília, que deve analisar texto do decreto de intervenção federal no Rio - Renato Costa/Folhapress

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do partido na Casa, afirmou que a orientação da bancada do partido será contra o decreto.

No Senado, Ana Amélia (PP-RS), criticou a impossibilidade de aprovação de PECs (Proposta de Emenda Constitucional) durante o período de intervenção. "Como se isso não fosse pouco, aquilo que o próprio governo considera prioridade, que é a reforma da Previdência, fica empacado na Câmara", disse. 

Já na base do governo, parlamentares comemoraram a assinatura do decreto. Segundo o líder do Democratas, Efraim Filho (PB), o decreto está em conformidade com os "desejos da sociedade", para quem a pauta da segurança pública é prioritária. 

Além disso, questionado sobre a inviabilização da votação da reforma da Previdência, ele afirmou que o governo agiu "com  humildade e pé no chão", já que estava "há meses contando votos e ainda não tinha chegado ao número necessário". 

De acordo com ele, o decreto é "um jeito de admitir que não tinha os votos necessários para a aprovação da reforma [da Previdência], que não poderia ser "uma pedra no caminho" de outras pautas.

O senador fluminense Romário (PODE-RJ) chamou de "remédio amargo" a decisão de intervir na segurança do Estado do Rio. Em nota, afirmou: "É o ideal? Não. No entanto, o estado de violência e vulnerabilidade que em que se encontra a população fluminense, não deixa muitas alternativas." 

"A decisão atesta a incapacidade dos governantes que se sucederam no poder de garantir, minimamente, a segurança dos cidadãos", disse o senador. 

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