Descrição de chapéu saúde febre amarela

Parque do Carmo é fechado após caso de febre amarela em macaco

Vacinação contra o vírus na zona leste de SP foi estendida ao distrito de Aricanduva

Angela Pinho Natália Cancian
São Paulo e Brasília

Após a confirmação da morte de um macaco por febre amarela, a Prefeitura de São Paulo decidiu fechar o Parque do Carmo, em Itaquera (zona leste de SP), e incluir o distrito de Aricanduva na área de vacinação.

O óbito de animais é um alerta da circulação do vírus em determinada região e já levou ao fechamento de outras áreas, como o Zoológico e o Horto Florestal --após dois meses, o Horto foi reaberto.

Além dessas duas áreas, outros 20 parques municipais já foram fechados desde outubro do ano passado como medida preventiva.

Parque do Carmo durante a festa das Cerejeiras, que acontece em agosto
Parque do Carmo durante a festa das Cerejeiras, que acontece em agosto - Folhapress - ago.2017

A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente também recomenda que não se utilize as dependências do Parque Linear Rio Verde --como não há portaria ou algo do tipo, não é possível fechar o local. 

A vacinação no distrito Aricanduva estava prevista para as próximas fases da campanha de imunização, mas foi antecipada após a ocorrência no parque do Carmo.

Distritos localizados no entorno do parque já estavam oferecendo a imunização desde 25 de janeiro. São eles os de José Bonifácio, Cidade Líder, Iguatemi e São Mateus.

De acordo com o boletim mais recente da Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo já registrou cinco casos de febre amarela contraídos no município, com três mortes. Duas das pessoas que vieram a óbito continuaram a frequentar o Horto mesmo não vacinadas.

Todos os pacientes foram infectados por mosquitos que vivem em áreas de mata da zona norte e podem voar para regiões próximas. O Brasil não tem circulação urbana do vírus desde 1942.

Na capital paulista, a imunização está sendo feita em etapas, com distribuição de senhas. As unidades que oferecem a vacina podem ser consultadas na página da Secretaria Municipal da Saúde.

Na semana passada, a campanha de vacinação já havia sido ampliada para três distritos da zona sul da cidade (Campo Belo, Campo Grande e Santo Amaro) após a morte de um sagui na região.

VACINAÇÃO

Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (21), o país tem 545 casos confirmados de febre amarela, com 164 mortes.

O número representa um aumento de 17,4% no total de registros desde o levantamento divulgado na última sexta-feira (16).

Indica ainda que o Brasil já se aproxima do total de casos confirmados no mesmo período do último ano. Na época, os registros apontavam 557 casos e 178 óbitos contabilizados desde julho de 2016 até o dia 20 de fevereiro de 2017, o que levou a situação a ser considerada como o pior surto já registrado de febre amarela deste 1980.

Apesar do avanço da doença, os índices de vacinação estão abaixo do esperado, segundo o ministério.

Dados da pasta apontam que, até esta segunda (19), foram vacinadas 5,1 milhões de pessoas durante a campanha que ocorre desde o dia 25 de janeiro nos Estados do Rio e São Paulo.

O número corresponde a apenas 25,2% do público-alvo, previsto em 20,3 milhões.

Deste total de vacinados, 4,7 milhões receberam a dose fracionada, que é o equivalente a 1/5 da dose padrão, e 422 mil a dose integral --esta última, indicada para crianças menores de dois anos, gestantes e pessoas que pretendem viajar a outros países, por exemplo.

Apesar da diferença no volume, ambas as doses têm a mesma eficácia, aponta a pasta. Já o tempo de proteção varia: enquanto a integral duraria por toda a vida, a segunda protegeria por ao menos oito anos. O ministério afirma que a opção pela campanha com a dose fracionada ocorre para assegurar os estoques de vacina no país.

Além destes Estados, a campanha de vacinação também foi iniciada nesta segunda em oito cidades da Bahia, regiões consideradas de maior risco para a doença.

Entre os Estados, Minas Gerais apresenta o maior número de confirmações da doença. São 264 registros, os quais incluem 77 mortes.

Em seguida, está São Paulo, com 208 confirmações --destes, 57 morreram. Já o Rio de Janeiro apresentou 72 casos e 29 mortes. Também houve um caso confirmado no Distrito Federal.

Colaborou o "Agora"

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