Descrição de chapéu Alalaô carnaval

Veja série de dúvidas que restam sobre caso em SP de folião eletrocutado

Ministério Público cobra esclarecimento tanto da prefeitura como das empresas

Estudante de engenharia biomédica Lucas Antônio Lacerda da Silva foi eletrocutado ao encostar em poste de sinalização na rua da Consolação
Estudante de engenharia biomédica Lucas Antônio Lacerda da Silva foi eletrocutado ao encostar em poste de sinalização na rua da Consolação - Reprodução/Folhapress
São Paulo

A morte do estudante Lucas Lacerda da Silva, 22, eletrocutado no domingo (4) ao encostar em um poste no centro de São Paulo, expôs falhas e levantou dúvidas sobre a organização do Carnaval de rua feita pela gestão do prefeito João Doria (PSDB).

Lucas estava no desfile do bloco Baixo Augusta e levou uma descarga elétrica em um poste na rua da Consolação, onde, dois dias antes, haviam sido instaladas de forma irregular câmeras de segurança por empresas contratadas pela própria prefeitura. Outras ruas da cidade receberam instalações semelhantes.

O promotor César Ricardo Martins, que preside quatro inquéritos sobre Carnaval de rua da capital paulista, enviou ofícios à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), à Dream Factory, vencedora da licitação para gerir patrocínio de R$ 20 milhões, e ao prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak, para que prestem esclarecimentos.


VEJA ALGUMAS DÚVIDAS

Para que servem as câmeras instaladas no poste da CET?

Como parte das obrigações impostas pela prefeitura, a empresa Dream Factory, que venceu a concorrência para gerir o patrocínio de R$ 20 milhões do Carnaval de rua, deveria oferecer 200 câmeras para monitorar os locais de maior aglomeração de público.

A empresa contratou a GWA Systems para realizar esses serviços.

Os equipamentos instalados na última sexta (2) foram interligados ao sistema City Câmeras da prefeitura.

A GWA Systems tinha autorização da prefeitura para instalar o equipamento?

A CET e o Ilume, departamento da prefeitura que cuida da iluminação pública, afirmaram que não foram informadas da instalação e não a autorizaram. O dono da empresa, Arthur José Malvar de Azevedo, afirma que a Dream Factory autorizou verbalmente a instalação durante uma reunião.

Por que as câmeras foram instaladas dois dias antes do bloco?

Segundo Azevedo, a GWA teve apenas três dias para instalar os equipamentos o que só ocorreu após a Secretaria de Prefeituras Regionais e a Dream Factory definirem onde eles deviam ser instalados. Nem a prefeitura nem a empresa responsável pelo Carnaval comentaram.

As 200 câmeras exigidas pelo edital foram instaladas?

De acordo com Azevedo, a GWA conseguiu instalar somente 70 câmeras até o último final de semana.

Levantamento feito nesta terça-feira (6) pelo jornal Agora em Pinheiros (zona oeste) e na região central contabilizou 24 equipamentos, em vias como a avenida Faria Lima e as ruas Mourato Coelho e Simão Álvares. As câmeras estão instaladas em postes da CET, do Ilume e da Eletropaulo.

Havia outra câmera instalada na própria rua da Consolação, local da morte de Lucas. Também situada em um poste da CET, no canteiro central, ela é alimentada por um fio de cerca de 60 metros, puxado de um poste de iluminação localizado na rua Cel. José Eusébio

Nem a prefeitura nem a Dream Factory informaram se os equipamentos encontrados pelo Agora estão regulares, tampouco esclareceram os locais em que as 200 câmeras previstas no contrato deveriam ter sido instaladas.

É permitido fazer instalação em postes da CET?

Apenas mediante autorização expressa do órgão. Mesmo assim, muitos pedidos não são aceitos. A prefeitura não informou se funcionários da CET perceberam a presença das câmeras no poste.

Há um procedimento para a instalação das câmeras?

A prefeitura não esclareceu se funcionários deveriam ter acompanhado a instalação nem se o poste da Ilume, onde foi conectado o fio para ligar as câmeras, havia sido inspecionado.

O socorro demorou?

Segundo um amigo da vítima, a ambulância particular que atendia o bloco levou cerca de meia hora para chegar. Ele também pediu ajuda em uma base da GCM negada porque os oficiais disseram não ter conhecimentos em primeiros socorros. A prefeitura informou que guardas-civis recebem treinamento básico, mas não podem atender emergências complexas. 

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