Descrição de chapéu Crise da Água

Agência diz que fará mais estudos antes de gatilho na conta de água em SP 

Medida proposta permitiria aumento em caso de queda brusca no consumo

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Homem fecha torneira de água
Homem fecha torneira de água; agência recua de gatilho para aumento na conta - Fotolia
São Paulo

A Arsesp (agência que regula o saneamento estadual) deu um passo atrás nesta quarta-feira (7) em relação a implantação de uma espécie de gatilho que permitira aumentar da tarifa de água da Sabesp em caso de queda significativa do consumo e de receita da estatal ligada à gestão Geraldo Alckmin (PSDB). 

Segundo a agência, o mecanismo de reequilíbrio passará por mais estudos e debate com a sociedade. Ele já tinha sido alvo de críticas quando foi apresentado em audiência pública. O IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade) definiu o aumento como um meio de “punir a sociedade e não inibir o consumo perdulário”. 

Na prática, a possibilidade de reajuste automático protegeria a Sabesp numa nova crise hídrica, quando a população fosse forçada a diminuir radicalmente o consumo. 

O mecanismo serviria tanto para casos de aumento quanto de queda –o que quer dizer que, em caso de alta na receita da empresa, a tarifa também poderia cair. 

A base de cálculo seria o consumo móvel do sistema dos últimos 12 meses. Portanto, a variação em apenas uma residência, por exemplo, não causaria mudanças na tarifa aplicada. 

A Arsesp afirmou em nota que o mecanismo não tem nenhum impacto sobre o resultado final da revisão tarifária ordinária em andamento e, por isso poderá ser rediscutido posteriormente.

PREJUÍZO

Em janeiro de 2015, quando a falta de água na periferia da Grande São Paulo chegava a 20 horas por dia, a Sabesp implementou um sistema de sobretaxa para inibir “gastões” –moradores com consumo elevado, na época cerca de 22% da população, segundo o governo do Estado.

Apesar de as medidas ajudarem a contornar a crise, tiveram como efeito colateral a redução nos lucros da empresa. Em 2014, os ganhos da Sabesp caíram pela metade.

No segundo trimestre de 2015, pela primeira vez durante a crise hídrica, a empresa de saneamento fechou o caixa no vermelho, com um prejuízo de R$ 580 milhões.

Com o fim da crise, decretada pelo governador Alckmin em março do ano passado, e o fim da sobretaxa, em abril, a Sabesp aumentou o volume de água distribuído, a população deixou de economizar e a quantidade de "gastões" voltou a crescer.

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