Agência Lupa: Crivella faz artigo para defender mandato, mas exagera dados

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Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB)
Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) - Adriano Machado/ Reuters
Agência Lupa

“Aprovamos 42 leis na Câmara dos Vereadores” - Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) em artigo publicado na Folha em 28 de fevereiro de 2018

EXAGERADO Entre 1º de janeiro de 2017 e 28 de fevereiro de 2018, a Prefeitura do Rio de Janeiro enviou à Câmara de Vereadores 43 proposições, entre elas projetos de lei e projetos de lei complementar. Dessas, 15 ainda estavam em comissões, o que significa que só 28 proposições feitas pelo Executivo de Crivella haviam efetivamente virado lei ou sido aprovadas (aguardando sanção). Procurado, o prefeito sustentou o número de 42 leis aprovadas, mas a conta inclui projetos enviados à Câmara em 2016, quando Eduardo Paes (MDB) ainda era o chefe do Executivo, e projetos de decreto legislativo, que são utilizados, em geral, para questões administrativas do município.

 

“[Entre as leis que aprovamos, está] o realinhamento do IPTU, desafio que, durante 20 anos, nenhum prefeito teve a coragem de enfrentar” - Idem

VERDADEIRO, MAS Crivella se refere à alteração na Planta Genérica de Valores (PGV), aprovada em setembro de 2017. A lei atualizou o valor venal dos imóveis, que serve de referência 
para o cálculo do IPTU. Isso, de fato, não era feito havia 20 anos. E provocou aumento no IPTU 
para os moradores. A alteração foi muito criticada: levantamento da Folha mostrou que os maiores aumentos médios de IPTU ocorreram no centro (70%) e na zona norte (72%), enquanto áreas que têm bairros de alto padrão, como a zona oeste, tiveram aumento médio de 19%. Vale lembrar que, durante a campanha, Crivella disse que não faria reajuste no IPTU.

 

“Cortamos mais de 20 secretarias” - Idem

EXAGERADO - De fato, Crivella promoveu uma diminuição no número de secretarias municipais se comparado ao total que existia no mandato anterior, do ex-prefeito Eduardo Paes (MDB). Na última quarta-feira (28), de acordo com o “Diário Oficial”, o Rio tinha 11 secretarias municipais. Na época de Paes, eram 24 secretarias, conforme o último DO da gestão, publicado em 1º de janeiro de 2017. Crivella, portanto, cortou 13 secretarias . Procurado, Crivella afirmou que Paes tinha 31 secretarias, mas não há documentos oficiais que indiquem esse número.

 


“O Rio foi a capital que mais perdeu empregos formais nos últimos dois anos: 350 mil” - Idem

EXAGERADO - O Rio de Janeiro foi, de fato, a capital que mais perdeu empregos formais em 2016 e 2017, mas o número de vagas fechadas no período não foi 
350 mil, e sim 193.695. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnadc/T), do IBGE, estima que o número de desocupados na cidade cresceu em 277 mil. É o segundo maior crescimento absoluto entre as capitais, atrás de São Paulo (367 mil). Procurado, o prefeito disse que utilizou dados do Instituto Pereira Passos, da prefeitura, que indicam que entre janeiro de 2015 e dezembro de 2017, a capital 
perdeu 310 mil vagas com carteira assinada. Porém, o número é menor do que o dito por Crivella e se refere aos últimos três anos, não dois.


VERDADEIRO, MAS: A informação está correta, mas o leitor merece mais explicações.

EXAGERADO: A informação está no caminho correto, mas houve exagero.


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