Prefeitura terá que elevar imposto se previdência não mudar, diz Covas

Vereadores congelaram projeto da prefeitura por um prazo de 120 dias 

Artur Rodrigues
São Paulo

O vice-prefeito Bruno Covas (PSDB), que deve assumir a Prefeitura de São Paulo a partir de 7 de abril, disse nesta quarta (28) que a cidade terá que aumentar impostos se não fizer a reforma da previdência municipal --  cuja votação acabou sendo congelada por 120  120 dias.

Sob intensa pressão de servidores e sem conseguir apoio suficiente de vereadores, João Doria (PSDB) viu fracassar na terça (27) a intenção de ter aprovado seu projeto --que prevê aumento de alíquota de contribuição de 11% para 14%.

A Câmara decidiu retirar a proposta da pauta para que haja nova discussão nos próximos quatro meses. Como Doria sairá do cargo para ser candidato ao governo paulista, Bruno Covas ficará responsável pelas negociações.

"No ano que vem, 100% da arrecadação com IPTU serão gastos com a previdência. A gente não consegue brigar com o fato. Ou a gente faz a reforma da previdência ou a gente faz aumento de impostos na cidade de São Paulo", afirmou Covas.

Doria disse estar com a "consciência tranquila" e que "cumpriu seu papel" em relação à previdência municipal.

   

Ele afirmou que o Legislativo foi alertado sobre os riscos de falência da capital. "Nosso dever é fazer a gestão da cidade e não a gestão política. O Executivo cumpriu seu papel de mostrar a gravidade desse tema. Este ano o rombo será de R$ 5,8 bilhões e inibe investimento na cidade", afirmou Doria.

O tucano atacou o vereador Antonio Donato (PT): "Um recadinho para ele que tem memória curta. O governo do qual ele foi secretário [na gestão Haddad], eles colocaram o projeto e retiraram. Ao contrário de nós, que tivemos a coragem de fazer. A memória do vereador Antonio Donato é muito seletiva".

A gestão Doria diz que o déficit da previdência chegará a R$ 20,8 bilhões em 2025 caso a reforma não seja feita. 

Além do aumento da alíquota de contribuição dos servidores de 11% para 14%, a versão inicial continha alíquota suplementar de 5% para todos os que recebem acima do teto do INSS (R$ 5.645). Mas ela foi suprimida após pressão dos funcionários públicos.

Assim que o congelamento da reforma foi anunciado, servidores em greve decidiram retornar ao trabalho. Ao menos metade das escolas da cidade estavam paradas havia semanas


 
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