Chuvas fortes voltaram a atingir parte da capital paulista na tarde desta quarta-feira (28) provocando vários alagamentos e quedas de árvores. O trânsito também foi prejudicado, ficando acima da média desde o meio da tarde. 

Ao todo, foram registrados 23 pontos de alagamento, que afetaram principalmente as regiões da Sé, Butantã e Pinheiros. Vias importantes como a 23 de Maio, a Nove de Julho e a marginal Pinheiros foram fechadas. Por volta das 21h, no entanto, todos os pontos já estavam liberados.  

Motoristas chegaram a pedir socorro aos bombeiros em algumas vias, como na rua Dom Pedro 1º, na alameda Casa Branca e nas avenidas do Estado e do Morumbi. Ao todo, foram 21 ocorrência desse tipo, mas sem registro de pessoas feridas.

Ainda durante a tarde, os distritos do Butantã e de Campo Limpo entraram em alerta também por transbordamentos no córrego Pirajuçara, um na av. Professor Francisco Morato (Butantã) e outro na rua Jorge Arida (Campo Limpo).  

Houve ainda 47 chamadas aos bombeiros para queda de árvore, o que ajudou a prejudicar o trânsito, que ficou acima da média desde as 15h. O pico ocorreu às 17h, quando chegou a 130 km de filas —15% dos 868 km de vias monitoradas; a média do horário é de 10,1%. 

Apesar dos transtornos, metrôs, trens e aeroportos da cidade não registraram problemas provocados pelas chuvas. A linha 9-esmeralda da CPTM teve o tráfego de trens interrompido em parte da linha nesta quarta, mas em decorrência de problemas técnicos. 

Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura, as chuvas, que começaram por volta das 14h30, foram provocadas pela combinação do calor e a entrada da brisa marítima na região. Outras cidades da região metropolitana também foram atingidas, como Cotia, Itapevi e Carapicuíba. 

A previsão aponta sol e temperaturas em elevação nos próximos dias, mas ainda poderão ocorrer pancadas isoladas de chuva durante as tardes. Na quinta (29) e sexta-feira (30), os termômetros deverão ficar entre os 20°C e os 30°C. 

ANTIENCHENTE

Na semana passada, um outro temporal deixou dois mortos e provocou alagamentos, interditou algumas das principais vias e afetou a circulação de trens de pelo menos duas linhas da CPTM.

Como a Folha mostrou, o prefeito João Doria (PSDB) deixou de utilizar, desde que ele assumiu, a maior parte do dinheiro previsto para obras e manutenção antienchente em São Paulo.

No ano passado, a gestão gastou apenas 33% do orçado em ação contra enchentes —R$ 275 milhões de R$ 825 milhões. Neste ano, até a semana passada, as despesas não chegavam a 2% do valor anual previsto —só R$ 10 milhões, de um montante de R$ 584 milhões.

A gestão Doria reclama da falta de repasses federais para obras de drenagem no último ano e nega lentidão no ritmo do gasto com a área em 2018.