O tradicional Colégio São Luís, instalado há um século próximo da avenida Paulista, na rua Haddock Lobo (centro), vai se mudar para uma área ao lado do parque Ibirapuera em 2020.
A medida foi anunciada em reuniões neste sábado (24) para funcionários e pais dos mais de 2.500 alunos da escola. O colégio vai ocupar um terreno, já comprado, de mais de 15 mil metros quadrados na avenida. Dr. Dante Pazzanese, 295 (zona sul).
O projeto, do escritório de arquitetura Athié Wohnrath, é de uma escola horizontal, com áreas verdes e transparentes. Segundo a direção, a construção reflete as mudanças pedagógicas que vão ser implementadas nos colégios da Rede Jesuíta de Educação até 2020.
Ainda não há planos para o espaço antigo, que é de propriedade do colégio. A direção não divulgou o valor do investimento na compra do terreno e na construção.
No novo projeto, as salas de aula são maiores e com mesas e cadeiras móveis, com rodinhas. As paredes também podem ser retiradas, para unir espaços.
“A ideia é dar mobilidade e flexibilidade, para aulas expositivas ou projetos e atividades em grupo. Também podemos unir salas, com dois ou três professores, para aulas híbridas, com conteúdos de várias disciplinas”, explica a diretora-geral Sônia Magalhães.
A escola também vai abandonar as lousas. Alunos e professores vão poder escrever em todas as paredes da sala. A área verde terá um bosque com árvores frutíferas, horta e composteira, para atividades ao ar livre. “As salas todas dão vista para o verde, bem diferente do temos aqui [na avenida Paulista]. Os alunos mais novos vão ter acesso direto da sala para o jardim”, diz Sônia.
No ensino infantil, as salas terão formato pentagonal, para estimular a movimentação e interação. “Evita essa posição do professor, sempre de frente, com todos os alunos na mesma direção”, diz Sônia.
O reitor, o padre Carlos Contieri, disse que a escola não vai abandonar a sua tradição, mas precisava de inovações pedagógicas. “Tradição não é petrificação, é uma história viva. É um rio sempre em movimento. Não levaremos um colégio velho para um prédio novo”, afirma.
Além da mudança de espaço, o colégio anunciou também que o ensino será todo integral até 2020.
Logística
Após a reunião, alguns pais conversavam sobre como a mudança pode impactar a rotina dos filhos.
“Foi uma surpresa. A estrutura aqui [na avenida Paulista] está esgotada, precisava mudar. Mas não quero nem pensar em como meus filhos vão para o Ibirapuera. Um deles vem de metrô para a escola. A gente escolhe colégio pela logística também”, diz a administradora Ana Carolina Matos, 47.
No entanto, ela não pensa em trocar os filhos de escola. “Gostamos da filosofia humanista do São Luís”, afirma ela, que paga mais de R$ 6 mil de mensalidade para os dois filhos.
“Foi impactante, mas achei fantástico”, diz a funcionária pública Cláudia Bozzolan, 50, da associação de pais e mestres. “Vamos nos unir para tentar resolver a questão do transporte para o novo espaço”, diz ela, que mora a duas quadras da escola atual.
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