Descrição de chapéu Obituário Luciana Pellin Mielniczuk (1969 - 2018)

Mortes: Fez do ambiente acadêmico uma família

Luciana Pellin Mielniczuk
Luciana Pellin Mielniczuk (1969-2018) - Reprodução
Paulo Gomes
São Paulo

Com apenas três meses, Luciana Mielniczuk mudou-se para os EUA em função do pai, um reconhecido pesquisador na área de agronomia, que ia fazer doutorado.

A mãe trabalhava na biblioteca da universidade em que ele lecionava em Porto Alegre.

O irmão mais novo tornar-se-ia um estudioso de relações internacionais. Luti, como era carinhosamente chamada, enveredou pelos estudos da comunicação, especializando-se em jornalismo digital.

De família acadêmica, Luti fez da academia família.

Era preocupada. Envolvia-se com seus alunos, comprava as brigas deles. Puxou essa sensibilidade do pai, seu grande herói, que ensinou os filhos a centrarem suas orientações na valorização da pessoa, não exclusivamente no objeto de pesquisa.

De personalidade forte, assumia para si o encargo de memória da família —a biológica. Protagonizava os encontros com seus relatos de fatos do passado que muitos não lembravam. Alguns até duvidavam da existência de certas passagens, o que gerou brincadeiras de que ela romanceava certas histórias. Luti insistia que o fato tinha acontecido daquela maneira.

Morreu aos 48, no dia 7, após o que pareceu ser um ataque cardíaco fulminante. Deixa os pais João e Jussara, o irmão Fabiano e uma sobrinha.

“Na última vez em que nos vimos (...) ela se referiu a mim como ‘filha’ acadêmica”, disse em rede social uma ex-orientada e colega. “Uma orientadora-mãe”, escreveu outra. A imensa comunidade que prestou homenagens na semana em que Luti se foi discordaria se esse texto dissesse que ela não deixa filhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br


Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.