Descrição de chapéu Obituário Cláudio Francisco Martins Teixeira (1948 - 2018)

Mortes: Ilustrador prolífico, desafiava o senso comum

Fez mais de 1.000 capas e desenhou para 300 livros infanto-juvenis

Kelly Mantovani
São Paulo
Era com papeis, lápis, tintas e pinceis que Cláudio Martins coloria o mundo das crianças em seus livros.

Mineiro de Juiz de Fora, começou cedo, com pequenos trabalhos para editoras. Ganhou prêmios antes mesmo de entrar na faculdade.

Cláudio Francisco Martins Teixeira (1948-2018)
Cláudio Francisco Martins Teixeira (1948-2018) - Arquivo pessoal


Nos anos 70, já formado em desenho industrial, mudou-se para Belo Horizonte.

Sonhava grande. Queria conquistar os pequenos leitores Brasil afora. Em mais de quatro décadas, viajou para diversos países, fez mais de 1.000 capas e ilustrou 300 livros infanto-juvenis. Também atacou de escritor, publicando mais de 50 obras.

"Surpreendia sempre com a rapidez nas ilustrações e o toque de humor em suas obras", lembra a amiga Lourdinha.

Cláudio tinha como mantra quebrar regras e fugir do senso comum. Trazia reflexões com leveza: "Não deixem que lhes entupam a cabeça com regras. Sejam livres, rabisquem. Rabisque e garatujem o mundo do jeito que gostam. Quando o papel da meninice acabar, usem a vida para rabiscar", dizia aos leitores. 
Carinhoso, tio presente, sempre de bom humor, gostava de fazer piadas e de falar sobre política.

"Quando criança, adorávamos passear em sua casa, pois ele era divertido e tinha muitos cachorros", conta a sobrinha Roberta.

Colecionador, tinha paixão por antigos relógios de pulso e máquinas fotográficas e era fotógrafo nas horas vagas. 

Em 2013, descobriu um câncer, mas seguiu trabalhando. Morreu no dia 15, aos 69. Deixa a mulher, Branca, com quem foi casado por mais de 40 anos, e três sobrinhos.



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