Como uma típica aquariana, Mirna Grzich tinha uma inquietação constante. Estava sempre dedicada a uma causa, uma missão para ajudar alguém ou o mundo todo. Foi assim que se envolveu na causa negra, na das mulheres, na da Palestina. E foi assim também que ela mergulhou na espiritualidade.
Carioca, dizia ter percebido a presença de seu anjo da guarda ainda criança, muito antes de seus conhecimentos sobre orixás, budismo e meditação. Perdeu o pai cedo e tinha uma forte ligação com a mãe, de quem acabou herdando o gosto pelo teatro.
Foi justamente para atuar que Mirna chegou a São Paulo na década de 1970. Participou de montagens como "Hair" e "Missa Leiga", até trocar pouco a pouco os palcos pela escrita. "Jornalismo era mesmo sua vocação", diz a amiga Mari. "Era uma pessoa das massas. Queria transmitir tudo que sabia", completa.
Na busca pelas massas, Mirna virou a musa da New Age, com o programa Nova Era, que teve por quase dez anos na rádio Eldorado. Trouxe ao Brasil o estilo musical até então desconhecido. Também lançou três livros —"Anjos", "Anjos Agora" e "Livro da Meditação"—, criou a revista Meditação e atualmente trabalhava no aplicativo Medita!.
Nas horas de lazer, gostava de caminhar, de ir a praia, uma das razões que a faziam querem retornar ao Rio de Janeiro depois de décadas. Falava em voltar às raízes, ao lar.
Morreu sem conseguir realizar esse desejo, no último sábado (10), aos 67 anos, após complicações de uma doença autoimune. Sem família próxima, deixa primos e amigos.
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