Filosofia, pedagogia, história, geografia, ciências sociais e direito. O que pode parecer a relação dos cursos de humanas de alguma universidade é, na verdade, cada um dos seis cursos superiores em que Maria Amelia se formou. "O saber liberta", ela costumava dizer.
De fato, a educação teve papel de alforria para ela. Segunda de cinco filhos de um agricultor com uma alfaiate no interior paulista, viu-se obrigada a uma rotina de tarefas domésticas quando o pai perdeu tudo em uma safra malfadada.
Dedicou-se com tamanho afinco aos estudos que conseguiu romper o destino traçado para ela. O ensino norteou a sua vida desde então, e ela retribuiu à sociedade trabalhando com educação.
Foi professora e diretora de escolas por 40 anos. Em certa época, chegou a lecionar nos três períodos do dia.
Na extrema zona leste paulistana, onde a escola era uma das poucas representações claras do poder público, teve que aprender a lidar com a ausência mais flagrante, a da segurança.
Sem autoritarismo e com o propósito de integrar a instituição à comunidade, abria a escola nos finais de semana para o uso das quadras. Assim, conseguiu que a instituição fosse não só poupada como cuidada pela criminalidade local. O saber liberta.
Morreu no dia 23, aos 72, após dois anos de câncer. Deixa o marido por 45 anos, Glauco, e os filhos Glauco, Eugenia, Ana Paula --todos bem estudados-- três netos e dois genros.
Nesta quinta (1º), uma missa de 7º dia será celebrada no Mosteiro de São Bento, às 18h.
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