Polícia fecha galpão usado por quadrilha para furtar oleoduto da Transpetro

Um suspeito foi preso e um caminhão, com 15 mil litros de nafta, apreendido na zona leste de São Paulo

São Paulo

O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), vinculado à Polícia Civil, fechou na madrugada desta sexta-feira (9), um galpão que era usado por uma quadrilha para extração clandestina de produtos derivados de petróleo de um duto da Transpetro, subsidiária da Petrobras.

O duto pertence à Recap (Refinaria de Capuava), localizada em Mauá, na Grande São Paulo.

O local funcionava na rua Pedro Labatut, na cidade Líder, zona leste da capital paulista. Além de fechar o ponto, os policiais prenderam um suspeito e apreenderam um caminhão carregado com 15 mil litros de nafta e mais dois veículos de passeio.

Túnel escavado por quadrilha para furtar oleoduto da Transpetro em terreno de galpão na zona leste de SP
Túnel escavado por quadrilha para furtar oleoduto da Transpetro - Divulgação/Deic

O suspeito, identificado como Adriano Fiorindo, foi autuado pelos crimes de organização criminosa e furto qualificado. Outros integrantes da quadrilha conseguiram fugir quando os policiais estiveram no local.

No galpão, o grupo ergueu um complexo sistema de extração de combustível, que exigia conhecimento avançado em escavação de túneis e perfuração de tubulações. Um tubo de 100 metros de extensão sugava o combustível do duto. Para acessar a tubulação, foi escavado um túnel de aproximadamente dois metros de profundidade. 

Segundo o delegado Jan Plzak, titular da 3ª Delegacia do Patrimônio, o próximo passo será descobrir qual era o destino dos produtos furtados e identificar os demais suspeitos.

A Folha não localizou a defesa do único suspeito detido.

OUTRO CASO

Não é a primeira vez que a refinaria de Capuava é alvo de furto de combustíveis. Em dezembro, um casal foi preso numa casa, em Santo André (Grande São Paulo), que funcionava como ponto de extração de um duto da refinaria.

Para atingir o duto enterrado no solo, os criminosos ergueram um poço de aproximadamente três metros de profundidade e depois um túnel de 40 metros de extensão, que ligava o equipamento até a casa usada para camuflar e administrar o furto.

Uma válvula implantada diretamente no duto interligava uma mangueira até um tanque, com capacidade para 20 mil litros que ficava escondido dentro de um caminhão-baú. Para disfarçar o cheiro provocado pela grande quantidade de combustível movimentado, os suspeitos usavam até perfume, segundo a polícia. 

Além do prejuízo financeiro, o furto em tubulações gera riscos de vazamentos e explosões.

A Recap é responsável pela comercialização de cerca de 30% do volume de combustível consumido na região da Grande São Paulo.

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