Alckmin entrega mais uma estação do metrô incompleta e com atraso

Estação Moema da linha 5-lilás funciona agora sem as portas das plataformas

Mariana Zylberkan
São Paulo

Um dia antes de deixar o cargo para se dedicar à disputar presidencial, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) inaugurou nesta quinta-feira (5) a estação Moema da linha 5-lilás do metrô sem ainda terem sido instaladas as portas de plataformas, previstas em contrato. A estação Eucaliptos, inaugurada em março na mesma linha, também está operando sem as portas.

Durante o período de testes, que vai durar um mês, os passageiros que usarem a nova parada poderão viajar de graça apenas até a estação Eucaliptos, onde deverão trocar de trem e pagar passagem para poder acessar as demais estações da linha.

Um dia antes, o tucano havia inaugurado a estação Oscar Freire, da linha 4-amarela, com atraso de oito anos e entregue pela metade —sem um acesso para passageiros previsto para ser aberto na avenida Rebouças no sentido bairro. Os usuários, por enquanto, terão que usar só a entrada pela Oscar Freire ou pela Rebouças no sentido centro. Na visita de inauguração do governador, a entrada que não ficou pronta se limitava a um buraco no terreno.

Nesta quinta, o governador também assinou o contrato de concessão das linhas 5-lilás e 17-ouro, que serão administradas pelo consórcio Via Mobilidade. 

Sobre as portas das plataformas da estação Moema, o secretário de Transporte Metropolitano, Clodoaldo Pelissioni, disse que a empresa Bombardier atrasou a entrega. “Nós já temos R$ 50 milhões de multas aplicadas por atraso de entregas.” Ele disse ainda que a empresa tem prazo até dezembro para entregar todo o sistema de sinalização da linha 5-lilás. “Se não for entregue, vamos rescindir o contrato.”

Desde o início de janeiro, a três meses antes de deixar o cargo para disputar a presidência da República, o governador de São Paulo tem feito uma maratona de inaugurações de estações de metrô e trem. Na sexta-feira (6), a 72 dias de se tornar candidato oficialmente, Alckmin irá ter inaugurado dez paradas de transporte público sobre trilhos. Mais do que as nove estações que entregou nos seis anos anteriores.

Nesta quinta, o governador voltou a negar que a proximidade das eleições presidenciais tenha sido motivo para as entregas das estações às pressas. “Não tem nada a ver com as eleições. É o fim do mandato. Não se inicia um mandato inaugurando obras, ainda mais como essas, complexas.” Nesta sexta, o governador irá inaugurar mais três estações da linha 15-prata, trecho do monotrilho que passa pela zona leste. 

A linha 5-lilás estava prevista para ser entregue em 2012, como parte do prolongamento da linha entre as estações Largo Treze e Chácara Klabin, A estação Moema, por exemplo, teve a abertura adiada ao menos três vezes pela gestão Alckmin. 

Já a conexão da linha 5-lilás com as linhas 1-azul e 2-verde, prometidas inicialmente para 2012, deve acontecer somente no final deste ano com a inauguração das estações Santa Cruz, Chácara Klabin, Campo Belo e AACD-Servidor.  A última promessa do governo era que a estação seria entregue no final do ano passado, mas teve que ser adiada.

TREM

O tucano também subiu em palanque no último final de semana para anunciar a abertura da estação de trem do aeroporto de Guarulhos, com a linha 13-jade da CPTM —que manterá operação em testes, só aos finais de semana.

A nova parada, porém, fica a quase 2 km do terminal 3 do aeroporto —os usuários dependem de um sistema de ônibus da GRU Airport para poder acessar as áreas de embarque e desembarque.

O sistema já representou uma adaptação ao projeto original, que previa a construção da estação dentro do complexo de terminais.

Uma ligação de trem em direção a Cumbica chegou a ser prevista por Alckmin para ser entregue há 14 anos —no primeiro mandato do tucano.

Nos dois últimos governos, ele entregou quatro estações da linha 4, em 2011, e outras nove estações de metrô e trem nos seis anos posteriores —2012 a 2017, que incluíram anos de Copa (2014) e Olimpíada (2016) no país.

Assim como em 2018, anos eleitorais anteriores tiveram maior número de inaugurações nas gestões tucanas. Em 2010, José Serra entregou seis paradas, assim como em 2002, quando Alckmin entregou a mesma quantidade.

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