Aos 50 anos, Metrô de SP ganha novo uniforme com estilo de aeroporto

Estações também passam a contar com novas máquinas para compra de bilhete

Mulher usa uniforme azul em estação de metrô
A agente Sara Lima com novo uniforme desenhado para os funcionários do Metrô de São Paulo - Marlene Bergamo/Folhapress
Flávia Faria
São Paulo

O azul pálido deu lugar a um tom royal mais vibrante, com detalhes em amarelo chamativo. A recriação do uniforme dos funcionários do Metrô de São Paulo, com um modelo mais jovem e de maior visibilidade nas estações, é uma das mudanças que serão notadas pelos usuários como parte da comemoração dos 50 anos de criação da empresa.

Outra novidade são os bilhetes comemorativos, em homenagem a pontos históricos da capital paulista, e novos terminais de autoatendimento —alternativa às longas filas das bilheterias da rede sobre trilhos superlotada e alvo de atrasos para ser expandida.

As novas fardas dos funcionários foram pensadas para facilitar o trabalho. Nas camisas e calças, há mais bolsos e compartimentos para que caneta, crachá e rádio comunicador possam ser guardados, deixando a circulação e os movimentos mais livres.

O design foi feito a partir de consultas aos metroviários, que sugeriram algumas mudanças na atual vestimenta, desenvolvida há dez anos.

“A gente quis adaptar o uniforme a um conceito de atendimento de aeroporto, com modelagem mais sofisticada, sem perder a funcionalidade. São tecidos mais modernos, com acabamento antimicrobial e proteção UV”, disse Ligia Fischer, coordenadora de comunicação visual do Metrô.

As roupas têm pequenas variações de acordo com a categoria: atendimento, funcionários dos trens, jovens aprendizes e seguranças. Elas ganharam tons mais chamativos de azul, para facilitar a identificação pelos passageiros.

A exceção são os seguranças, que continuam de preto. Segundo Ligia, a população já está acostumada a reconhecer esses funcionários pela cor do uniforme, mas ele ganhará detalhes em verde pistache, para tornar mais fácil a visualização na multidão.

A nova farda será entregue inicialmente aos trabalhadores da estação Sé, a partir desta semana. Os demais devem receber a versão modernizada até outubro.

Questionado sobre os custos da troca, o Metrô afirma que ainda não tem a estimativa, visto que a substituição ocorrerá progressivamente.

Os bilhetes comemorativos lançados neste aniversário de meio século do Metrô homenageiam pontos históricos de São Paulo, como o Masp e o Theatro Municipal.

Eles são vendidos em máquinas especiais, e não nas tradicionais bilheterias.

No momento, há 30 aparelhos instalados nas estações Vila Madalena, Sumaré, Clínicas, Trianon-Masp e Consolação, mas a empresa afirma que, em breve, outras 120 máquinas serão disponibilizadas ao longo das linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha.

Nos terminais de autoatendimento, os usuários podem adquirir os bilhetes mediante pagamento em dinheiro —cartões não são aceitos. Segundo o Metrô, as máquinas possuem um sistema inteligente de fornecimento de troco e, outra novidade, podem realizar o atendimento em português, inglês e espanhol.

Os bilhetes comemorativos, diferentemente dos tradicionais, têm um sistema de segurança mais sofisticado, com marcas-d’água e esquema de impressão especial, que dificulta a falsificação. O método utilizado é parecido com o das cédulas de dinheiro.

Quando exposto à luz negra, por exemplo, o bilhete com a ilustração da praça da Sé revela a imagem do Marco Zero.

Coordenador-geral do sindicato dos metroviários, Wagner Fajardo afirma que a entidade está avaliando a experiência com as máquinas, mas diz ver por trás da iniciativa uma intenção clara da empresa de substituir postos de trabalho das bilheterias pelos terminais.

Questionado, o Metrô afirmou que não há planos para que as máquinas de autoatendimento substituam as bilheterias tradicionais e que a ideia é que sirvam só como opção extra, evitando filas. Para desenvolvimento e implantação dos 150 terminais, a empresa gastará R$ 24 milhões.

NA ESTREIA, EM 1972, METRÔ VIAJOU ENTRE A SAÚDE E O JABAQUARA

A Companhia do Metropolitano de São Paulo, que gere a rede de metrô, foi fundada em 24 de abril de 1968, sob gestão municipal, para que desse início à construção do sistema de transporte.

Na época, o prefeito era o brigadeiro José Vicente Faria Lima. Mais tarde, em 1978, a empresa passou para o controle do governo do estado. 

As obras da linha 1-azul do metrô, a primeira de São Paulo, foram iniciadas meses depois da fundação da companhia. A primeira viagem de trem, por sua vez, foi realizada em 1972, entre as estações Jabaquara e Saúde, na zona sul. O trecho entre as estações Jabaquara e Vila Mariana só foi inaugurado comercialmente dois anos depois, em 1974.

Hoje, o metrô de São Paulo tem cinco linhas, uma delas (4-amarela) sob concessão privada. São 81 km de trilhos, distribuídos em 71 estações.

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