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Cruzamentos da zona leste lideram acidentes com vítimas em SP

Trechos na Mooca, São Miguel e Vila Prudente tiveram mais casos em 2017

Cruzamento mais perigoso de São Paulo, na Alcântara Machado com Almirante Brasil, na Mooca
Cruzamento mais perigoso de São Paulo, na Alcântara Machado com Almirante Brasil, na Mooca - Rivaldo Gomes/Folhapress
Thiago Braga
São Paulo | Agora

Os três cruzamentos com mais acidentes com vítimas da capital paulista estão na zona leste, segundo balanço de 2017 divulgado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da gestão Bruno Covas (PSDB). 

O cruzamento da avenida Alcântara Machado com a rua Almirante Brasil, na Mooca, é o líder do ranking. Segundo a CET, nele foram registrados seis acidentes em 2017, com seis feridos e um morto.

Os veículos que vêm pela rua Almirante Brasil têm três opções. Podem seguir em frente na mesma via, virar à direita e ir sentido bairro na Radial Leste, ou virar à esquerda, na Radial, sentido centro. Os motoristas têm, no entanto, apenas 28 segundos para cruzar a Radial, uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo.

Quem vai sentido bairro tem outra dificuldade: pouco depois de entrar na Radial, os veículos têm de parar em um semáforo, para dar passagem aos pedestres.

Para o engenheiro de tráfego Humberto Pullin, é preciso repensar a engenharia neste local específico. “Para que não haja formação de filas, deve-se calcular quantos veículos que vão fazer a conversão à direita e aumentar a distância deste semáforo, para não atrapalhar o trânsito. Porque os 28 segundos acabam rápido, e é preciso que os pedestres atravessem a rua”, afirma o especialista.

Outro cruzamento perigoso fica na avenida Jacu Pêssego com a avenida Laranja da China, em São Miguel Paulista. No ano passado, o local registrou seis acidentes, com 11 feridos. Nele, o tempo de cruzamento da Jacu Pêssego é de 23 segundos.

Para Humberto Pullin, o problema neste caso é a falta de educação dos motoristas, que muitas vezes não respeitam os semáforos. “Não se pode culpar o tempo em que o semáforo fica aberto”, afirma. O terceiro local mais perigoso fica na Vila Prudente.

IMPRUDÊNCIA

Tanto no cruzamento da avenida Alcântara Machado com a rua Almirante Brasil quanto no cruzamento da avenida Jacu Pêssego com a avenida Laranja da China, ambos na zona leste de São Paulo, uma opinião é unânime. A maioria das colisões acontece por conta da imprudência dos motoristas.

Segundo um motorista de trólebus da região, que pediu para não ser identificado, pelo menos duas vezes por semana há batidas de carros com os trólebus.

“Tem muito motorista apressado que tenta ultrapassar os trólebus pela esquerda para seguir em frente na rua Almirante Brasil, enquanto os trólebus têm de virar obrigatoriamente à esquerda. Aí acaba batendo”, afirmou o motorista.

No encontro da Jacu Pêssego com a Laranja da China, outro fator aumenta o número de colisões. O medo de ser assaltado no semáforo.

“Eu trabalho aqui há cinco anos e este é um dos locais mais perigosos da Jacu Pêssego. Então, quando dá o sinal amarelo, o pessoal não quer parar, pensa que vai dar para passar, aí bate”, relata o frentista Ruidemberg Alves Azevedo, 52.

“O trânsito é conflituoso. As pessoas estão afobadas, querem ter fluidez, de preferência sem semáforo. As pessoas precisam mudar o comportamento no trânsito, e isso não muda de uma hora para outra”, afirma o engenheiro de tráfego Humberto Pullin.

MUDANÇAS

A CET afirmou por meio de nota que iniciou estudos para a implantação de mudanças nos tempos semafóricos do cruzamento da avenida Jacu Pêssego com a Laranja da China. O objetivo, diz, é melhorar a segurança de motoristas e pedestres.

Já sobre o cruzamento da avenida Alcântara Machado com a rua Almirante Brasil, a CET disse que o local já passou por melhorias no tempo dos semáforos e que a região é constantemente monitorada por seus técnicos.

A CET afirmou ainda que iniciou em 2017 o Programa Pedestre Seguro, que prevê a ampliação, em média, de 20% do tempo de travessia semafóricas para pedestres.

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