Descrição de chapéu intervenção no Rio

Um mês após crime, manifestantes lembram Marielle em atos no Rio

Autores e mandantes do assassinato de vereadora seguem desconhecidos

Nicola Pamplona
Rio de Janeiro

Diversos pontos do Rio amanheceram neste sábado (14) com homenagens à vereadora Marielle Franco (PSOL) e ao motorista Anderson Gomes, assassinados há um mês, em crime ainda não esclarecido pela polícia. Os manifestantes cobraram a solução das investigações.

Bandeira colocada nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, em homenagem a Marielle Franco e Anderson Gomes. Bandeira tem os dizeres "Marielle e Anderson vivem. Militarização: não em nosso nome"
Homenagem a Marielle Franco e Anderson Gomes nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro. Bandeira com os dizeres "Marielle e Anderson vivem. Militarização: não em nosso nome" - José Lucena/Futura Press/Folhapress

As ações foram organizadas pelo PSOL e por movimentos sociais. Na tarde deste sábado, 14, uma marcha sairá da Lapa, na região central, a caminho do local do crime, no Estácio, zona Norte da cidade. Foi o mesmo trajeto percorrido por Marielle e Anderson na noite do crime.

Os dois foram assassinados no dia 14 de março, em uma ação que a polícia acredita ter sido premeditada. Foram disparados 13 tiros contra o carro: quatro atingiram Marielle e três, Anderson. Uma assessora que acompanhava a vereadora escapou e deixou o Rio por motivos de segurança.

 

"É óbvio que nada vai trazer ela de volta, mas saber que o trabalho dela alcançou tanta gente nos enche de orgulho", disse a irmã de Marielle, Anielle Franco, que participou de ação com lideranças do PSOL no Largo do Machado, na zona Sul. A série de homenagens foi intitulada Amanhecer com Marielle.

"Amanhecer com Marielle é dizer para seus algozes que a gente não vai recuar. É dizer que as pautas dela seguirão firmes em outras vozes, em outros rostos", afirmou o vereador Tarcísio Mota (PSOL), pré-candidato do partido ao governo do Rio.

Segundo ele, a Câmara dos Vereadores vai agendar uma sessão para votar projetos propostos por Marielle Franco, como a criação de creches para mães que trabalham no período noturno.

Foram realizados atos também na Tijuca, zona Norte, e em Niterói, na região metropolitana. Uma grande bandeira foi pendurada nos Arcos da Lapa com os dizeres "Marielle e Anderson vivem. Militarização: não em nosso nome".

"A gente tem acompanhado as investigações. É inadmissível que esse caso acabe, como tantos outros casos, em impunidade. Não vamos descansar enquanto os responsáveis não forem identificados", afirmou o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).

As investigações estão sob sigilo e, desde então, a polícia já ouviu depoimentos de pessoas próximas a Marielle e de outros vereadores, todos como testemunhas. A principal linha de investigação é de motivação política, mas poucos detalhes foram informados pela polícia desde então.

Imagens de câmeras de segurança mostram que pelo menos duas pessoas participaram da ação. Eles estavam em um veículo aguardando Marielle deixar compromisso na Lapa e perseguiram o carro da vereadora até o local do crime.

A polícia suspeita da participação de um segundo carro. A munição usada pelos criminosos fazia parte de lote desviado da Polícia Federal, que também já foi identificado em outros crimes, como a chacina de Barueri (SP) e em crimes na Baixada Fluminense.
 

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