Descrição de chapéu Obituário Waldemiro Lopes da Silva (1926 - 2018)

Mortes: Galalau, zagueiro do histórico Furacão de 1949

Também mecânico, morreu no dia do aniversário de 94 anos do Atlético-PR

Antonio Mammi
São Paulo

Waldemiro estava na padaria do Zanetti, beque esquerdo fora do horário comercial, quando recebeu o convite para jogar no Atlético-PR. 

O dono do estabelecimento não estava dando ponto sem nó: ele próprio um armário de 1,90 m, quase uma arma branca nas divididas com os adversários, reconheceu naquele mecânico parrudo uma boa dupla de zaga.

Waldemiro Lopes da Silva (1926-2018)
Waldemiro Lopes da Silva (1926-2018) - Divulgação/Atlético-PR

Atleticano fanático, Waldemiro topou fazer uma peneira. Foi aceito e ficou surpreso quando recebeu o primeiro salário —achava que futebol não era emprego.

Em 1949, seis anos depois, fez parte do time que venceu 11 partidas consecutivas e sagrou-se campeão paranaense. Da campanha surgiu o apelido Furacão, que identifica o clube da Baixada.

Já a alcunha de Waldemiro surgiu numa excursão no Recife, quando a torcida comentava do galalau (grandão, no vocabulário local) que chamava a atenção na defesa.

Com um problema no joelho, se aposentou cedo, aos 28 anos. Fez então o caminho inverso do habitual: foi do futebol profissional para a várzea. Jogou até os 70 anos.

Aficionado por carros, nunca largou sua oficina mecânica no centro de Curitiba.

Ia a todos os jogos do Atlético e, turrão, gostava de reclamar do que julgava ser falta de determinação dos jogadores modernos.

Morreu no dia 26 de março, quando o clube que ele ajudou a ser conhecido como Furacão completou 94 anos. Do time de 1949, restam dois sobreviventes: Jackson e Rui. 

Tinha 91 anos e sofreu complicações de uma pneumonia. Deixa a filha, Ilian, duas netas e três bisnetas.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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