Quando Herbert Carneiro se foi, na última sexta-feira (6), as principais instituições públicas e jurídicas de Minas Gerais logo manifestaram suas condolências. Era, afinal, o adeus ao presidente do Tribunal de Justiça do estado.
Porém, ainda que tal função tenha sido o auge de sua carreira, está distante de definir Beto —como era chamado pelos mais próximos. Antes de qualquer cargo, era um humanitário.
Notabilizou-se pelo engajamento em flexibilizar a política penal e de encarceramento. Fazia o que julgava necessário para reabilitar presos e estudava maneiras de reinserir os egressos do sistema prisional na sociedade.
Em sua carreira como juiz em MG, lutou para um tratamento mais humano aos presos, com apoio psicológico e contato familiar. “Teve um grande reconhecimento profissional pela efetividade desse trabalho, independentemente da cor do governo”, diz um dos irmãos, Levi.
Era o que fazia seus olhos brilharem. Apesar de dominar uma ironia devastadora, Beto tinha a rara capacidade de não fazer inimigos. Preservava amizades longas, algumas desde a infância.
Seu irmão o define como um “profissional da amizade”, tamanha a excelência nesse campo. Afável e com sorriso franco, não dizia não —estava sempre disponível aos que queria bem.
Chegou ao cargo de desembargador do TJ em 2009. Era presidente do tribunal do estado desde 2016. Morreu aos 58, em decorrência de um câncer no pâncreas. Deixa a mulher Denise, os filhos Thiago e Naiara, a mãe, dona Nini, quatro irmãos e sobrinhos.
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