O muro de vidro que está sendo erguido para separar a raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo) da marginal Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, voltou a ser quebrado na madrugada desta sexta-feira (20).
Três painéis amanheceram estilhaçados. Ainda não se sabe o que causou o dano.
Esta é a segunda vez que a estrutura é depredada em um intervalo de dois dias. Na quarta (18), um painel também foi encontrado quebrado.
A USP já registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, mas ainda não há pistas sobre o que ocorreu. As câmeras de segurança previstas para o local ainda não foram instaladas. Quando estiverem funcionando, elas integrarão o projeto City Câmeras, da Secretaria de Segurança Urbana.
A instalação do muro, realizada por meio de parcerias com a iniciativa privada, foi orçada em R$ 20 milhões, segundo a prefeitura, e as manutenções futuras ficarão a cargo da USP. Nesse momento, no entanto, os painéis depredados estão sendo trocados por peças extras de reposição.
Apesar do compromisso com a nova obra, a universidade tem passado por uma crise financeira desde 2014, com a folha de pagamento comprometendo praticamente todo seu orçamento. A reportagem questionou a USP sobre os gastos que poderão ocorrer com o muro, mas ela ainda não respondeu.
Parte da estrutura foi inaugurada pelo então prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), no último dia 4, na semana em que ele deixou a prefeitura para disputar o governo do estado.
Inicialmente, o projeto da prefeitura era o de substituir o muro de concreto por gradis. No entanto, após queixas de frequentadores de que a mudança geraria aumento de ruído e de poluição atmosférica na raia olímpica, surgiu a ideia da instalação dos painéis de vidro.
Os vidros são temperados com 12 milímetros de espessura e película de proteção e medem 1,80 metros de largura e 3,15 metros de altura. As placas de vidro também estão recebendo adesivos com imagens para evitar a colisão das aves que habitam na região.
Quando a obra estiver finalizada, o muro de concreto que existe junto à marginal Pinheiros será derrubado.
HISTÓRIA
Construída em 1973 paralelamente à marginal, a raia olímpica é um conjunto esportivo destinado à prática do remo e da canoagem. Com 2.200 metros de extensão e cem metros de largura, foi usada em competições. Além de ser utilizada em regatas, costuma ser ponto de treinamento de atletas amadores.
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