“O que é isso, voltaram da guerra?”, perguntou uma das funcionárias da lavanderia do São Paulo Futebol Clube aos jogadores, todos enlameados após exercícios no solo encharcado.
Contrariados, apenas se viraram para Teixeira, então com 22 anos e iniciando na função de preparador físico, que engatinhava naquele final dos anos 1950.
Pressionado, o rapaz se saiu bem. “No dia do jogo também pode chover. Vocês têm que estar preparados.” A calma e o equilíbrio foram marcas do Professor Teixeira, como era chamado.
Filho de um casal de agricultores portugueses da zona sul paulistana, sempre teve apreço pela atividade física. Quando precisava ir aos mercados da região de São Judas, subia correndo da área onde hoje é a avenida Ricardo Jafet.
Foi ainda o primeiro atleta universitário a disputar a São Silvestre, em 1957.
Um de seus maiores louros foi ser o preparador do Corinthians de 1977, célebre por encerrar o jejum de títulos. Após a saída de Oswaldo Brandão, foi alçado ao cargo de técnico, que ocuparia em diversos clubes do interior paulista —com passagem notável pelo Ituano—, da América Latina e do Oriente Médio. Foi ainda auxiliar na seleção brasileira.
Com boa base acadêmica, vivia dando palestras, aulas e oficinas, muitas vezes sem cobrar. “Estou ajudando. Devolvendo ao futebol tudo o que ele me proporcionou”, dizia.
Morreu no dia 13, aos 82, após um infarto. Deixa a mulher por 55 anos, Cleide, os filhos Júnior, Eduardo e Márcia, três netos e o irmão Milton.
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