Estava prevista também a entrega de mais uma estação da linha, a Vila Planalto, mas a empresa responsável atrasou as obras e não deu tempo, segundo a gestão tucana.
Nas quatro estações, a correria para terminar as obras a tempo de Alckmin entregá-las ficou evidente nas falhas de acabamento. Pisos, corrimões e escadas rolantes ainda estavam cobertos de poeira da obra.
A reportagem não achou extintores de incêndio. Havia fios e conduítes soltos, e a parte de paisagismo ainda estava pendente (as mudas de árvores ainda estavam nos canteiros sem terem sido plantadas).
A estação Camilo Haddad era a mais problemática. Um dos acessos, no lado par da avenida Professor Ignácio de Anhaia Mello, não ficou pronto a tempo. Passageiros tinham que atravessar a avenida se quisessem entrar na estação pela única entrada aberta. "Ainda teremos um processo de finalização", disse Clodoaldo Pelissioni, secretário de Transportes Metropolitanos.
Na mesma estação, o bicicletário estava fechado e nem os paraciclos estavam instalados. Uma mesa com garrafa de café dos operários ainda estava no espaço logo após a visita de inauguração do governador. O bicicletário da Vila Tolstói também estava fechado e foi usado como depósito, onde foi guardava uma placa de sinalização ainda embrulhada no plástico.
As estações vão funcionar em operação de testes até junho. Neste período, vão funcionar diariamente das 10h às 15h, sem cobrança de tarifa.
O Metrô informou que os problemas apontados pela reportagem não comprometem a segurança dos usuários e que as estações estão equipadas com extintores e mangueiras de incêndio. A empresa disse que as estações foram vistoriadas e aprovadas pelo Corpo de Bombeiros.
CORRERIA
Nesta semana, Alckmin fez uma maratona para entregar estações antes de sair do cargo.
Na estação Oscar Freire da linha 4-amarela do metrô, entregue com oito anos de atraso, um dos acessos estava inacabado. Enquanto Alckmin descerrava a placa da parada, a entrada de passageiros prevista para ficar na avenida Rebouças, no sentido bairro, era apenas um buraco no terreno. Alterações no terreno, que se mostrou mole demais, não foram previstas em projeto, segundo a gestão tucana.
A correria também fez com que Alckmin entregasse as estações Eucaliptos e Moema da linha 5-lilás do metrô sem as portas de plataforma, que estão previstas em projeto e fazem parte dos itens essenciais de segurança —as estações atrasaram seis anos.
De acordo com Clodoaldo Pelissioni, a empresa Bombardier atrasou a entrega dos equipamentos.
Na tarde desta quinta-feira, para terminar estações do monotrilho a serem inauguradas no dia seguinte por Alckmin, operários se preparavam para encarar turnos madrugada adentro. Um grupo de operários aceitou dobrar a carga horária em troca de uma folga nesta sexta-feira —a promessa dos tucanos era entregar a linha completa até 2012.
Na estação Camilo Haddad, por exemplo, foi criado um turno até as 4h da manhã para os funcionários terminarem os últimos ajustes.
ATRASOS
Prometida inicialmente para 2012, e, após sucessivos atrasos, para o fim do ano passado, o prolongamento da linha entregue pelo governador ainda não vai chegar até Cidade Tiradentes, conforme projeto original.
Da estação Vila União, a última entregue pelo tucano, ainda vão faltar mais 11 estações até o bairro no extremo da zona leste —por ora, o plano do governo é levá-la somente até São Mateus. Desde 2014, a linha opera só com duas estações, Vila Prudente e Oratório.
De acordo com Alckmin, a linha irá chegar até Cidade Tiradentes. "O problema é que [a linha] está em cima de uma avenida. Nós precisamos ter o viário. Todas as linhas de metrô começaram menor e foram sendo expandidas."
Diante dos atrasos nas obras, o prolongamento da linha com a entrega de oito estações foi prometido novamente para 2016, mas será entregue dois anos depois.
Nesta quinta-feira, durante inauguração da estação Moema, o governador voltou a negar que a proximidade das eleições motivou a maratona de entregas. “Não tem nada a ver com as eleições. É o fim do mandato. Não se inicia um mandato inaugurando obras, ainda mais como essas, complexas.”
As dez estações que Alckmin entregou em 2018
Higienópolis-Mackenzie (4-amarela)
Inauguração: 23 de janeiro
Início das obras: 2012
Previsão inicial: 2010
Funcionamento: todo dia das 4h40 à 0h (aos sábados até 1h)
Preço: R$ 4
Eucaliptos (5-lilás)
Inauguração: 2 de março
Início das obras: 2012
Previsão inicial: 2012
Funcionamento: todo dia das 4h40 à 0h (aos sábados até 1h)
Preço: R$ 4
Problemas na inauguração:
- Ainda não haviam sido instaladas portas de plataforma, item essencial de segurança
Aeroporto-Guarulhos e Guarulhos-Cecap (13-jade)
Inauguração: 31 de março
Início das obras: 2013
Previsão inicial: 2004
Funcionamento:
- Até 30.abr: aos sábados e domingos das 10h às 15h
- 30.abr a 31.mai: todo dia das 10h às 15h
- A partir de 1º.jul: todo dia das 4h à 0h
Preço: gratuito até julho
Oscar Freire (4-amarela)
Inauguração: 4 de abril
Início das obras: 2012
Previsão inicial: 2010
Funcionamento: todo dia das 10h às 15h (por 15 dias)
Preço: R$ 4
Problemas na inauguração:
- Um dos acessos à estação, no sentido bairro da av. Rebouças, só será aberto no 2º semestre por causa de uma alteração no solo não prevista
- Técnicos ainda tentavam arrumar uma porta emperrada
Moema (5-lilás)
Inauguração: 5 de abril
Início das obras: 2012
Previsão inicial: 2012
Funcionamento: segunda a sábado das 10h às 15h
Preço: gratuito até a estação Eucaliptos (por um mês)
Problemas na inauguração:
- Ainda não haviam sido instaladas portas de plataforma, item essencial de segurança
São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União (15-prata)
Inauguração: 6 de abril
Início das obras: 2009
Previsão inicial: 2012
Funcionamento: todo dia das 10h às 15h (até junho)
Preço: gratuito até junho
Problemas na inauguração:
- Havia falhas de acabamento
- Pisos, corrimões e escadas rolantes ainda estavam cobertos de poeira da obra
- Um dos acessos à estação Camilo Haddad, no lado par da av. Anhaia Mello, não ficou pronto a tempo
- O bicicletário das estações Camilo Haddad e Vila Tolstói estavam fechados
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